Nos anos 80, o Sábado à tarde na RTP1 era dedicado às séries de ficção científica, e uma delas mostrava como o ano 2147 ia ser muito complicado com uma grande guerra entre Humanos e Máquinas.Essa série era o Captain Power and the soldiers of the future e era uma pedrada no charco das típicas séries futuristas a que estávamos habituados, e isto porque as animações por computador ajudavam a que os vilões do programa ganhassem outra dimensão e por conseguinte a guerra atingisse níveis mais épicos.
Porrada com fartura, armaduras futuristas, robôs e efeitos especiais q.b. era o suficiente para prender uma criança ao ecrã em 1988 e ir depois para o recreio da escola brincar e imitar as personagens da série. Posso afirmar que era um excelente robô inimigo, imitando na perfeição a forma como estes morriam e andavam. Na parte dos bons da fita, gostava de imitar o Tank que era o mais forte do grupo e o com a armadura mais poderosa a nível de armamento.

“Power on” era a frase do momento, e a primeira proferida pelo protagonista no genérico da série, genérico esse que podia não ter uma música que ficava no ouvido, como a maioria das séries dessa década, mas nem por isso ficava atrás em espectacularidade.
A série era bastante intensa, e isso vinha da tentativa de querer agradar tanto ao público adulto como ao público infantil, o que dava origem a armaduras vistosas e a nomes pirosos no meio de histórias que continham algum teor sexual, romances entre protagonistas, e até a morte de personagens marcantes.
Os efeitos eram bastantes decentes para a altura, o início do CG foi por aqui, apesar de poderem parecer algo rudimentares agora posso assegurar que ainda se olha para eles sem nos rirmos muito da “parvoíce” dos mesmos. A acção era non-stop e era raro o episódio sem combates ou sem que as armaduras entrassem em campo.
Para os geeks de plantão existem duas curiosidades, a primeira é que o actor principal, Timothy Dunigan, foi a primeira escolha para ser o “Face” do A-Team (chegando a interpretar esse papel no piloto da série), e a outra é que um dos principais escritores é um nome conhecido de séries famosas e de comics Norte-Americanos, o J.Straczynski.
A história mostrava um futuro no estilo do Terminator, com as máquinas a dominar a terra, e um grupo de guerrilha liderado pelo Capitão Jonathan Power lutava contra o domínio do Lord Dread e as suas tropas.
Major Matthew “Hawk” Masterson (Peter MacNeill)- era o especialista para os ataques aéreos, era o mais velho do grupo e tinha sido um amigo do pai do protagonista.
Tenente Michael “Tank” Ellis (Sven-Ole Thorsen)– era a força bruta da equipa, o especialista em armamento e aquele que tinha a armadura mais forte.
Sargento Robert “Scout” Baker (Maurice Dean Wint)- Era o perito em comunicações do grupo, e tinha uma armadura que o possibilitava disfarçar-se como um soldado inimigo e assim infiltrar-se no outro exército.
Soldado Jennifer “Pilot” Chase (Jessica Steen)- A única mulher do grupo e a que comandava a nave que os transportava.
Lorde Dread/Dr. Lyman Taggart (David Hemblen)- O vilão da história, era um cientista até que um experimento o ligou ao poderoso computador Overmind, que mais tarde o deixou num estado meio ciborgue.

A uma dada altura na terra, os robôs substituíram os humanos no campo de batalha originando com isso a ausência de mortes num campo de batalha. Mas devido a isso mesmo, as batalhas tornaram-se algo banal e comum no dia-a-dia o que levou à criação de um supercomputador que dominasse todas as máquinas e assim terminasse a guerra.
Para que o computador ficasse pronto, eram necessários os padrões de um cérebro humano e o Dr. Taggart decide acelerar o processo ligando-se ele próprio ao aparelho. Isso provocou uma mudança extrema nele, que passou a achar que o futuro da humanidade passava por ficar com o corpo de uma máquina mantendo na mesma o seu cérebro humano.
Para isso começou então a usar o supercomputador para que este controlasse todas as máquinas e que obrigassem a humanidade a aceitar a sua visão. Numa tentativa de impedir isso, o pai de Jonathan Power criou as armaduras poderosas que permitiam assim à humanidade lutar contra as máquinas. Numa dessas lutas feriram de tal forma o Dr. Taggart que levou a que o Supercomputador o transformasse num ciborque de modo a poder sobreviver.
O maior motivo para o fracasso da série era justamente a necessidade que os autores tinham de querer atingir tanto os adultos como as crianças. Os pais achavam que esta tinha muita violência e temas demasiado maduros para os seus filhos, mas por outro lado achavam o nome e os protagonistas demasiado infantis para que quisessem prestar atenção. Também não ajudava a que o orçamento de cada episódio rondasse o Milhão de dólares, o que no final da década de 80 era algo demasiado pesado para uma série de TV.
Continuo com boas recordações desta série e tentarei adquirir o dvd recentemente lançado.
5 Comments
ehehehheh
Eu lembro-me dessa série!
Para a altura era o máximo, infelizmente dava a uma hora que era raro eu poder ver! Já não me lembro do porquê, mas acontecia!
😀
Abraço
Eu me lembro dessa série na Bandeirantes e também porque ela tinha muita coisa em comum com Cybercop, que passava na extinta Rede Manchete.
Essa série era 5 estrelas… bons tempos 🙂
Verdade 🙂
Txiii eu lembro me disto!!
Tenho uma colecção de calendários que a minha avó me comprava na altura com as personagens da série.
Tinha robots brutais e uns efeitos especiais bastante "bons" para a altura