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… do Transport Tycoon Deluxe
01/04/2012O Major Alvega foi uma das melhores séries de produção Nacional, a qualidade técnica desta série em conjunto com um bom argumento e um excelente elenco, deu-nos algo que não ficava nada atrás de muita série estrangeira.
Em 1997 a RTP colocava no ar um herói que já tinha conhecido vida no papel, numa banda desenhada que retratava as aventuras de um herói Anglo-Português da RAF (a força aérea Britânica) e que fez furor nas décadas de 60 e 70 na revista “O Falcão“. O herói criado em 1956 por Mike Butterworth e Geoff Campion, sofreu uma alteração no tempo da censura e ganhou um teor mais Nacionalista sendo rebaptizado de Major Jaime Eduardo de Cook e Alvega, ribatejano por via paterna e Inglês por via materna.
As aventuras televisivas seguiam a linha da BD, muita acção, suspense e doses maciças de humor enquanto enfrentava e vencia alguns dos maiores nomes da história do lado inimigo. Para além disso os cenários da série eram sempre ilustrações à lá BD, numa inovação que contribuiu muito para o sucesso da série junto do público que se rendeu à qualidade desses cenários e das interpretações dos actores do elenco.

Ricardo Carriço (Major Alvega) teve uma das melhores interpretações da sua carreira, o seu visual dava o ar jovial e “engatatão” necessário a este herói enquanto que António Cordeiro (Coronel Helmut Von Block) roubava as cenas onde aparecia com a personificação de um militar maléfico e megalómano que fervia em pouca água. Os seus gritos “Schnell!” ficaram lendários, assim como o tratamento para com a sua ajudante, Rosa Bela (Fraulein Schmidt), que vivia dividida entre o seu dever e os sentimentos que nutria pelo nosso herói. O mito vivo que era Fernando Pessa, narrava as aventuras do Major como se tratasse de notícias da guerra como o que já havia feito para a rádio da BBC.
A série está em reposição na RTP Memória, todos os fins de semana pelas 11h da manhã, e aconselho vivamente todos que possam a dar uma olhadela caso não a conheçam. Quem a conhece, aproveite para rever que a mesma envelheceu muito bem. É um mimo olhar para aqueles cenários bem pintados, e que dá um ar mais realista à acção do programa do que se usassem cenários reais que nunca atingiriam a atmosfera épica que se pretendia transmitir.
Lembro-me de seguir isto atentamente e de me deliciar com o humor da série, era algo que fugia ao comum da nossa Televisão e os cenários desenhados garantiam a minha total atenção. Fiquei ainda mais fã de António Cordeiro com o trabalho que este desenvolveu nesta série.
Eis alguns dados desta excelente série Portuguesa que já merecia uma edição em DVD.
2 Comments
Eu fiquei estupefacto na noite de sexta-feira. O primeiro episódio estava a passar no Porto Canal por volta das 23 horas. Estava a passar o primeiro episódio (Berlim, Hitler etc).
Quando vi, eu achei isso uma série tão xunga no que toca a tudo.
[à hora em que foi feito este comentário, estava a passar o primeiro episódio desta série em reposição no Porto Canal]
Ver se revejo, mas isto é muito kitsch não se pode esquecer-se disso