Os Resistência foram um super-grupo que apareceram na música Portuguesa como um cometa, tiveram uma vida curta mas marcante e ainda hoje há quem recorde com saudades dos espectáculos e das canções que o grupo tocava. No liceu quem tinha uma viola, era certo que tocava o “Nasce Selvagem” e todos cantavam o “Não sou o único” em qualquer visita de estudo que houvesse na altura.
O grupo era constituído por membros de bandas conhecidas, que tocava versões de sucessos conhecidos de uma forma carismática e com alma que conquistava tudo e todos no final da década de 80 e começo da década de 90. Os membros da banda eram:
Alexandre Frazão (bateria), Rui Luís Pereira e Fredo Mergner (guitarra), Fernando Cunha, Tim e Pedro Ayres Magalhães (vozes e guitarras), Fernando Júdice e Yuri Daniel (baixo), José Salgueiro (percurssão) e Miguel Ângelo e Olavo Bilac (voz).
O projecto consistia na união destes elementos provenientes de outras bandas que depois transformavam e davam uma nova orquestração a temas que pertenciam aos seus grupos, dando uma vertente mais acústica e com uma maior importância à união de vozes. Em 1991 lançavam o seu primeiro álbum, “Palavras ao vento” atingindo logo a dupla platina e dominando o verão conseguindo mais de trinta concertos em três meses. Em 1992 vem o segundo álbum, “Mano a mano” tendo alcançado igual sucesso que culminou numa tourné no final do ano com uma grande actuação em Lisboa de onde nasceu o álbum do ano seguinte, “Ao vivo no Armazém 22” que continha algum material inédito.
Infelizmente a última aparição ao vivo da banda sucedeu-se em 1994 no mega concerto em homenagem a Zeca Afonso, os Filhos da Madrugada onde tocaram o “Chamaram-me Cigano“. Em estúdio pudemos ainda os ouvir noutro tributo, desta vez a António Variações onde interpretaram o “Voz-Amália-de-nós” um dos maiores sucessos dessa homenagem. Chegaram ao fim pouco depois com os seus membros a voltarem a se dedicar às suas bandas e deixando saudades numa geração que viveu intensamente aquele período de 88 a 94. Ainda hoje ouço músicas como “A Noite” e só me vem à cabeça a versão deles e não a original.
Eis alguns dos sucessos que a banda tocou e a origem do tema e do membro da banda que a tocava originalmente:
“A Noite” (Sitiados)
“Amanhã é Sempre Longe Demais” (Rádio Macau)
“Aquele Inverno” (Miguel Ângelo / Fernando Cunha) – Delfins
“Chamaram-me Cigano” (Zeca Afonso)
“Circo de Feras” (Tim) – Xutos & Pontapés
“Erva Daninha” (António Variações) – Tema não acabado
“Esta Cidade” (João Gentil) – Xutos & Pontapés
“Fado” (Pedro Ayres Magalhães / Paulo Pedro Gonçalves / António José de Almeida) – Heróis do Mar
“Fim” (João Gil) – Trovante
“Finisterra” (Rui Luís Pereira – Dudas)
“Liberdade” (Pedro Ayres Magalhães)
“Marcha dos Desalinhados” (Miguel Ângelo / Fernando Cunha) – Delfins
“Mano a Mano” (Pedro Ayres Magalhães) – Madredeus
“Não Sou o Único” (Zé Pedro) – Xutos & Pontapés
“Nasce Selvagem” (Miguel Ângelo / Fernando Cunha) – Delfins
“No Meu Quarto” (Miguel Ângelo / Fernando Cunha) – Delfins
“Nunca Mais” (Pedro Ayres Magalhães) – Heróis do Mar
“Perigo” (João Gil) – Trovante
“Prisão Em Si” (Tim) – Xutos & Pontapés
“Que Amor Não me Engana” (Zeca Afonso)
“Só no Mar” (António José de Almeida / Pedro Ayres Magalhães) – Heróis do Mar
“Traz Outro Amigo Também” (Zeca Afonso)
“Um Lugar ao Sol” (Miguel Ângelo / Fernando Cunha) – Delfins
“Timor” (Pedro Ayres Magalhães)
“Voz-Amália-de-Nós” (António Variações)
2 Comments
Não conhecia ainda o trabalho dessa banda e gostei bastante. Procurarei mais. Obrigado por compartilhar. 🙂
e Nada