A SIC estava a começar a dominar as audiências em todos os aspectos, tinha uma programação vibrante e inovadora mas decidiu que se tinha que conquistar o primeiro lugar, ela tinha que apelar ao povo Português, aquele que nem sempre tinha lugar no pequeno ecrã por causa dos lobbys, aquele que não se revia em muitos dos gostos musicais apresentados na TV. Um dos primeiros programas para essa fatia do povo foi o Big Show Sic.
Ediberto Lima era um produtor Brasileiro com uma ideia simples, dar ao povo aquilo que ele queria e afirma que a ideia veio-lhe enquanto estava numa estação de serviço e viu um daqueles míticos expositores de k7’s com nomes como Quim Barreiros e Ágata. Em conversa com o funcionário, percebeu que existiria interesse do público em ver estes nomes na TV e foi aí que convenceu o director geral da SIC, o Emídio Rangel, a colocar um programa com 3 horas nos Domingos de tarde seguindo um formato normal em alguns programas do Brasil.
A 26 de Março de 1995 apareceu-nos então um programa como nunca tínhamos visto em Portugal, dançarinas semi nuas, pessoas simples no público e a terem oportunidade de falar e cantar, artistas que estávamos habituados a ver e ouvir apenas em feiras e festas de aldeia e um apresentador constantemente aos saltos, o actor João Baião que saía assim dos espectáculos do Lá Féria para a apresentação de programas, tudo isso num cocktail de 3 horas que rapidamente cilindrou a concorrência e chegou a ter mais de 50% na audiência.
O único programa que atrapalhava a liderança da SIC, era o Parabéns de Herman José aos Sábados à Noite, por isso Rangel decidiu colocar este programa nesse horário para combater o Herman e assim cimentar a liderança. O sucesso veio da ideia do Ediberto Lima de colocar apenas o primeiro bloco comercial após 55 minutos do programa, desta forma apanhava os 2 primeiros blocos do Parabéns e o público que assim podia ter mudado de canal e ido para a SIC. Para ajudar mais à festa, decidiram colocar alguém mascarado como um gorila que virou o Macaco Adriano numa tentativa de assim conquistar o público infantil que estivesse a ver o programa. A coisa resultou, não havia ninguém que não conhecesse o programa ou as frases chave dele, o “já foi ao xixizinho?” do Baião ou o “Ai eu tou maluco” do público puxado pelo DJ Pantaleão tornaram-se famosas e eram ditas pelas ruas do nosso Portugal.
Confesso que não era fã do programa, era daqueles que se via para se poder rir das coisas que apareciam, mas ao Domingo à tarde confesso que o via mais do que quando passou para Sábado à noite. O Domingo adequava-se mais ao conceito do programa e foi para aí que ele voltou até o seu final a 3 de Junho de 2001 depois de 316 episódios em que a barreira dos 50% de audiência era quase sempre quebrada. Para o final o programa teve ainda por breves momentos os apresentadores Jorge Gabriel e José Figueiras e um momento “jump the shark” que foi o colocarem o Topo Gigio a apresentar o programa também.
Passatempos simples e engraçados, cantores Pimba que ficaram na berra devido ao programa, apelo sexual com as dançarinas sempre em movimento, este foi O programa que definiu esse momento do nosso País e por isso continuará na memória de todos nós.
2 Comments
Provavelmente o melhor programa dos Domingos à tarde!
(creio que me lembro mais de ter visto aos Sábados :P)
Curiosidade: Os antigos estúdios do Ediberto Lima ficavam numa casa bem ao lado do prédio onde eu moro. (hoje é outra produtora que está lá na mesma casa)
Ahh.. isso do melhor.. convenhamos 😀