Como fã de super-heróis que sou, sempre vibrei com as adaptações que são feitas das personagens deste mundo, quer para TV quer para cinema e, quando era mais novo, essa excitação subia de tom quando a RTP se lembrava de transmitir algo relacionado com esse mundo.
Foi no verão de 1989 que as tardes do Canal 1 foram presenteados com as aventuras do herói mais famoso do mundo enquanto jovem, ou seja, um Superboy. Esta série baseada na personagem da DC Comics, foi transmitida entre 1988 e 1992, em 4 temporadas num total de 100 episódios, que muitos de nós recordam com saudades.
Depois do sucesso dos primeiros filmes de Superman, e até do filme Supergirl, os produtores llya e Alexander Salskind acharam que o 50º aniversário do homem de aço seria uma boa ocasião para estrear mais uma série de Televisão. E, mesmo quando a própria DC na altura tinha “apagado” o Superboy da sua linha de revistas, foi essa a personagem escolhida pelos produtores e que a ABC aceitou transmitir em episódios de meia hora.
A primeira temporada focava-se nas aventuras de Superboy/Clark Kent (John Haymes Newton) e a sua vida enquanto criança e adolescente, ao lado do seu interesse amoroso, Lana Lang (Stacy Haiduk), o seu rival Lex Luthor (Scott James Wells) e os seus pais Jonathan e Martha Kent (Stuart Withman e Salome Jens). Não me lembro bem desta primeira temporada e, pelo que leio, tem a ver com os primeiros episódios serem muito fracos, e centrados no relacionamento pessoal das personagens, e só a meio que começaram a aparecer alguns vilões “fantásticos” como o Sr. Mxyzptlk (Michael J. Pollard).

O que me lembro mais, é dos episódios com o actor Gerard Christopher como Superboy, mas pelos vistos os produtores não eram muito fãs do trabalho de Newton e quando este pediu um aumento, foi substituído pelo Gerard. Acho que este actor tinha muito mais carisma e personalidade, interpretou melhor a dualidade Superboy/Clark Kent, e a segunda temporada foi bem mais interessante, com vilões como Metallo e Bizarro a darem as caras, para além do regresso de alguns da primeira como o Sr. Mxyzptlk.
A série era bem divertida, tinha muita acção e prendia um jovem ao ecrã, mas conforme o tempo foi passando, a série foi amadurecendo, com os episódios a terem um tom mais pesado e negro, como episódios em realidades alternativas, onde um Superman já maduro encontra-se reformado e amargurado com a vida. Aliás a dada altura era uma constante as viagens de Superboy por universos paralelos e assim conhecer diferentes versões de si mesmo, o que só tornava a série ainda mais viciante para mim que sou fanático por realidades alternativas. Vários autores de comics escreveram episódios para a série, Mike Carlin, Denny O’Neill, Mark Evanier, J.M. DeMatteis e Andy Helfer são alguns dos nomes que ajudaram a que esta série tivesse sempre uma forte conexão com o universo original dos Comics.
Apesar das boas audiências e do sucesso da série, com a Warner a tomar conta da DC, os produtores não puderam continuar com a mesma e ficou assim pelo caminho uma série bem interessante que ainda por cima tinha terminado com um episódio Clifhanger, onde o Superboy tinha “morrido”. Ainda foram feitos dois episódios para resolver isso, mas a coisa ficou por aí. Tanto que ainda hoje nem há dvd’s da série apesar dos vários pedidos por essa net fora. Gostaria bastante de rever esta série, em especial as temporadas com o Gerard Christopher.