Em França e Inglaterra, há muito que programas com marionetas semelhantes a figuras públicas são um sucesso e um oásis de humor na programação televisiva. Por cá tivemos algo como o Spitting Image, da BBC, em 1992 na estação privada SIC, com o nome Jornalouco e que apesar do conteúdo irreverente do programa, e do canal, não obteve o sucesso esperado. Seguiram-se mais 2 programas com nomes diferentes e quando as audiências não correspondiam ao esperado, a produtora Mandala mudou-se para a estação Pública, a RTP, e assim nasceu o Contra-Informação a 29 de Abril de 1996 tendo estado 15 anos no ar, um feito para um programa de humor no nosso País.
O programa era transmitido na RTP1 e rapidamente conquistou todos com o seu tipo de humor e com os bonecos a representarem figuras públicas do nosso País, desde o desporto à Política passando pela TV ou o “Jet-7”, todos tiveram direito a um boneco que em algumas ocasiões era mais popular que a personalidade que imitava. O trabalho de vozes era fenomenal e os bonecos por vezes tinham uma vida própria de tão parecidos que eram com o original.
O programa foi transmitido em diversos horários, sempre bem perto do Telejornal, 19:55, 21:00 e 22:00 foram os diferentes slots deste programa que em pouco mais de cinco minutos nos divertia e deixava com um sorriso nos lábios após mais um dia cansativo. Era daqueles programas que agradava a todos na família, numa altura de grande inspiração das Produções Fictícias onde se destacavam o Filipe Homem Fonseca ou o José de Pina, e onde os seus textos eram abrilhantados pelas vozes de talentos como Rui Pimpão ou Canto e Castro.
Eu lembro-me de rir bastante em quase todos os programas, e a dada altura eles davam especiais, como em eventos desportivos ou a Eurovisão, e eram quase sempre ainda melhores que os programas normais. Tóni Vitorino (António Vitorino) e a dupla Professor Martelo (Marcelo Rebelo de Sousa) e Marques Pentes (Marques Mendes) eram dos meus predilectos. O “Granda nóia” do Pentes era quase sempre hilariante e bem colocado como punchline do sketch. Outro dos preferidos do público era o Bimbo da Costa (Pinto da Costa) sempre bem acompanhado pelo seu cão Bóbi e o seu gato Tareco.

5 Comments
Para mim o melhor programa de humor de sempre na televisão portuguesa!
Saudades mesmo…
😉
Abraço
Nos tempos áureos do governo Guterres isto era o máximo
Olá!
Antes de mais nada, parabéns pelo blog! Andei a ler muitos posts mas neste fiquei verdadeiramente com vontade de comentar.
O «Contra-informação» é dos programas que mais recordações tenho quando era pequeno. Ver aquelas personagens todas era uma paródia. Um dos sketches que mais me recordo era a paródia ao Senhor dos Anéis, que se tornava dos Pastéis. A malta das Produções Fictícias encarregou-se de criar um universo brilhante e hilariante.
Foi com grande pena que soube que o programa acabou, quando vi o último episódio na TV. O Bruno Ferreira, que era uma das vozes prncipais do elenco do Contra, muito batalhou para que o mesmo voltasse, embora sem sucesso. Enfim, ainda temos os bonecos dele no «5 para a meia noite», onde ele faz imitações geniais.
E o sketch da Foleirabella, recordo-me perfeitamente. Estava a ver o vídeo e a cantar para mim próprio a música. Uma sátira bem verdadeira, que, enfim, já se deixou de fazer…
Um abraço e continuação de bons posts,
Rui Alves de Sousa
Muito obrigado pelos elogios Rui, e espero que gostes sempre de visitar este blog que escrevo com gosto e carinho nas minhas memórias.
Esse dos Pasteis não vi, mas não duvido do brilhantismo e continuo a achar estranho ninguém querer pegar naquilo mesmo no cabo.
Obrigado e continua por cá,
Abraço
Hugo Silva
Boa tarde!
É verdade era um grande programa e com muitos talentos, uns mais conhecidos que outros!
Mas todos com talento, nessa altura e se não estou em erro o contra era uma equipa de 61 pessoas que trabalhavam juntas para que ele fosse para o ar, dias da semana, muitos feriados e fins de semana.
Era uma sátira a politica que começou como Jornalouco foi Cara chapada passou a e acabou como contra já com os ficticios a escrever os textos.
E se havia altura em que um programa como contra fazia sentido era agora iamos ter de certeza muitos motivos para rolar no chão a rir, porque se os politicos dessa altura eram meninos ao pé dos actuais!