O Ano de 1992 foi um ano muito complicado para mim, e uma das coisas que ajudou a desanuviar um pouco esse ano, foi o Europeu de Futebol que se realizou na Suécia e que teve uma selecção Dinamarquesa a vencer surpreendentemente o torneio contra todas as expectativas.
Era a altura em que eu ainda podia vibrar muito com uma caderneta de cromos, e esta tinha uma nuance, vinha com 2 páginas extras com a selecção da Dinamarca que substituía à última da hora a Jugoslávia, que não iria participar do evento devido à guerra que assolava o País, ou seja, também iríamos colar cromos de uma selecção que nem entrava na competição, o que por mim era porreiro porque tinha lá o Ivkovic que jogava no meu clube. Outra curiosidade vinha com o facto de no lugar da União Soviética, desmantelada em 1991, surgir algo chamado CIS que era um conjunto das ex repúblicas Soviéticas, mas sem a força da original e que ficou enfraquecida com a recusa de muitos jogadores em representá-la.

Larsen, Schmeichel, Laudrup, Brolin, Platt, Van Basten, Rijkaard, Bergkamp ou Klinsmann eram apenas alguns dos nomes que abrilhantaram o evento e que tornaram uma competição com poucas equipas num torneio emocionante. A Dinamarca começou logo a surpreender na 1ª fase, ao eliminar a França de Jean Pierre Papin e que era treinada pelo Platini, para mais tarde vencer os detentores do título, a Holanda, numa meia final emocionante que só foi resolvida nas grandes penalidades.
Henrik Larsen marcou logo aos 5 minutos da partida, mas a festa dos Dinamarqueses durou apenas 20 minutos com o golo do empate a surgir pelos pés de Dennis Bergkamp. Larsen bisou passados 10 minutos e tiveram essa vantagem até o minuto 86, quando o genial Frank Rijkaard empata a partida e leva-os assim para o desempate por pontapés de grandes penalidades. Ao irem para a final foram defrontar a poderosa selecção Alemã, num jogo onde Schmeichel brilhou a grande altura com defesas fantásticas e onde estes Nórdicos surpreenderam o mundo do futebol ao vencer por 2-0 este jogo.
Foi o torneio onde se viu pela primeira vez os nomes dos jogadores nas camisolas, onde se viu a estreia da Alemanha reunificada e onde se deixou de ver a Jugoslávia e a União Soviética. Foi a última competição com a designação Uefa Euro e a última a ter apenas 8 equipas na fase final. Onde Michael Laudrup se recusou a representar a sua selecção, pagando caro essa decisão tendo perdido a oportunidade única de se sagrar campeão Europeu e o ter assim deixado de ser a estrela maior da equipa. Foi também o torneio onde o futebol Nórdico começou a dar nas vistas devido à boa campanha da Suécia, que teve no goleador Thomas Brolin a sua maior estrela para além da vitória da Dinamarca.
Como disse foram poucos jogos, mas bem interessantes. Este torneio conseguia nos agarrar por todas as coisas que aconteciam no exterior, e entreter-nos com o futebol que se jogava dentro das quatro linhas. A caderneta foi uma das minhas favoritas, e eu adorava a mascote do Coelho que a Uefa tinha na altura.
As constituições da Equipa na final foram as seguintes:
Dinamarca: Schmeichel, Piechnik, Olsen, Nielsen, Sivebaek(Christiansen 68), Vilfort, Jensen, Larsen, Christofte, Brian Laudrup e Povlsen.
Alemanha: Illgner, Reuter, Kohler, Helmer, Buchwald, Brehme, Hassler, Effenber(Thom 80),Sammer(Doll 45), Klinsmann, Riedle.

2 Comments
Isso não foi o campeonato em que a Dinamarca foi repescada por outra equipa ter sido desqualificada, e os "rapazinhos" já estavam de férias na praia quando foram chamados ao Europeu???
😀
Abraço
Exacto, foi o que falei, nas cadernetas tiveram que colocar página à parte lol.