Sledge Hammer é daquelas séries que só vimos uma vez há muitos anos atrás, mas que ainda hoje nos lembramos de pormenores do programa. Foi transmitida pela RTP no começo da década de 90, em 90 ou 91, e segundo me lembro era num dia de semana e de tarde mas não consigo me lembrar do nome que teve por cá, no Brasil sei que teve o nome de Tira da Pesada e por cá aposto que foi algum trocadilho do género.
Sledge Hammer foi filmado em 1986 tendo duas temporadas, acabando em 1988 num total de 41 episódios onde nos podíamos rir à grande com as aventuras de um polícia duro e nem sempre muito inteligente.
Alan Spencer foi o criador da série, com apenas 26 anos, e que queria nos mostrar uma personagem à lá Dirty Harry do Clint Eastwood, mas que levava a sua sede de justiça a extremos que roçavam a comédia física e que tinha sempre uma expressão para cada ocasião.

David Rasche protagonizou o irascível inspector Sledge Hammer, um polícia sádico e insensível que tinha a sua arma Magnum Smith & Wesson como a coisa mais importante da sua vida. O show beneficiou do sucesso dos 4 filmes de Dirty Harry e ainda da música de Peter Gabriel, “Sledgehammer“, que escalou os tops de música nessa altura e que a usavam amiúde na publicidade à série.
Apesar de nunca o vermos a matar alguém, Hammer apregoava sempre que acreditava em atirar primeiro e perguntar coisas depois, além de gostar de abusar um pouco dos suspeitos de uma forma sempre meio violenta. A história da personagem era sui generis, o seu pai era um freak do circo conhecido por apanhar balas com os dentes (ele salva o filho num episódio usando isso), e era descendente de pessoas históricas como Genghis Khan ou Gandhi (que ele chamava de Ovelha Negra da família).
Óculos escuros, fatos baratos e coloridos e puro machismo eram marcas distintas deste detective que adorava falar mal da sua ex-mulher, que aparece no último episódio, e das mulheres em geral, que leva sempre a discussões com a sua parceira, a Dorie Doreau (Anne-Marie Martin) que é sensível, inteligente e sofisticada, ou seja o completo oposto do seu parceiro o que só ajudava a termos ainda mais comédia na série.
Comédia que em algumas ocasiões era bem física pelo que me lembro, Hammer aleijava sempre o seu Capitão com tacos de bilhar, portas, ou outros objectos que encontravam sempre o corpo do seu chefe. Mas o melhor era sempre as tiradas dele, como esta no primeiro episódio:
Sledge Hammer: Well, Miss, I was in this store when two thugs entered and threatened the owner with shotguns. At that time I drew my magnum and killed them both. Then I bought some eggs, milk, and some of those little cocktail weenies.
News reporter: Inspector Hammer, was what you did in the store absolutely necessary?
Sledge Hammer: Yes, I had no groceries at all.
Logicamente que quando se tem escritores como Al Jean e Mike Reiss (futuros escritores em Simpsons) isso não é de se estranhar.
Revi há pouco alguns episódios da série, e esta ainda tem alguma piada, a personagem é muito carismática e é impossível não gostarmos dela apesar de todas as suas facetas politicamente incorrectas. Mas ainda hoje me lembro de o ver a rodar a pistola e “trust me, i know what i’m doing“.
8 Comments
Não sou deste tempo, ou então passou-me ao lado!
😀
Parece divertido sim!
Abraço
Era bastante 😀
Deu em 1991, numa grelha das tardes de Verão de segunda à sexta, que também incluía a célebre série "A Vida Continua (Life Goes On)"
Então não falhei por muito :), eu o Life Goes On lembro-me mais no segundo tem piada. E no Agora Escolha também.
esta serie em portugal nao se chamava "o ás da policia" ?
Não sei, não me consigo recordar e na net não encontrei nada
Era o Ás da Polícia, sim senhor. O que eu delirava, com esse genérico.
Obrigado pela confirmação