A RTP sabia animar a malta na década de 80, transformava o final da tarde de Domingo num dos melhores momento da semana. E para isso contribuiu a transmissão de Séries de TV que se tornaram míticas, como foi o caso do Justiceiro (Knight Rider).
Knight Rider mostrava as aventuras de uma espécie de cavaleiro high-tech que salvava as donzelas do perigo com a ajuda do seu corcel, neste caso de um carro cheio de engenhocas, o KITT. Por cá a tradução tentou realçar o que a série tratava, de fazer a justiça prevalecer, enquanto que no Brasil optou-se por realçar as engenhocas do carro com o título a ser “A Super Máquina“. Em ambos os Países, um pouco como em todo o mundo, foi um sucesso absoluto sendo repetido diversas vezes ao longo dos anos (actualmente dá na RTP Memória).
Por cá foi transmitida pela primeira vez a meio da década de 80, na RTP1 na sua versão original, enquanto que a meio da década de 90, a TVI decidiu transmitir a versão dobrada em Brasileiro, o que ajudou a série a ficar ainda mais conhecida por toda uma nova geração que brincava com os momentos cheesy da dobragem, como o bordão famoso “KITT, vem me buscar amigão“.
David Hasselhoff encarnava a personagem principal, Michael Knight, e tornou-se o ícone de uma geração. Marcou a moda com o seu penteado de caracóis volumosos e os seus blusões pretos com camisa aberta no peito e calças de ganga. David tornou-se também um símbolo sexual, e um dos mais apetecidos posters da revista Bravo, enquanto que a parte masculina vibrava mais com o carro e com tudo o que ele podia fazer.

Glen A. Larson, produtor mítico dessa década, afirmou que queria criar basicamente um Lone Ranger, mas com um carro, e a coisa correu-lhe bem. A série foi um sucesso instantâneo, com o genérico e o carro a serem ainda conhecidos e recordados nos dias de hoje. A série teve 4 temporadas, de 1982 a 1986, tendo 90 episódios que foram transmitidos na íntegra por cá.
Esta série sofreu um remake há pouco tempo, e que pecava numa coisa essencial, tinha um elenco muito grande. A original mantinha as coisas simples e focadas na personagem principal e no carro (que para muitos era A personagem principal), tendo apenas a companhia ocasional do presidente da Fundação que o financiava e o apoiava, Devon Miles (Edward Mulhare), e da técnica que reparava o carro, a Bonnie Barstow (Patricia McPherson) que só falhou a segunda temporada onde foi (mal) substituída pela April Curtis (Rebecca Holden). O outro actor era o que dava a voz ao carro, e que o tornava tão carismático, William Daniels, que dava uma alma ao carro, KITT (Knight Industries Two Thousand) que ninguém podia ignorar.
A série mostrava como a fundação tinha agarrado num polícia baleado (Michael Long), e depois de o curar. tornou-o numa pessoa diferente (com uma operação plástica), para que este pudesse combater o crime como uma pessoa que nem existe. Era giro ver como a relação entre Michael e Devon evolui, e passa para um nível de amizade quase de familiares, enquanto na primeira temporada estavam sempre a discutir um com o outro.
O genérico tinha uma música super apelativa e que todos adoram, mostrando o carro a andar pelo deserto, com um narrador a contar a história de como Michael Knight combate o crime com a ajuda do seu fiel automóvel. Há pouco tempo revi as primeiras 3 temporadas em dvd, e posso afirmar que se vê ainda muito bem, mas sou suspeito, porque adoro estas premissas dos anos 80. Aquelas de um homem solitário aparecer numa cidade estranha, salvar as pessoas de uma situação perigosa e que se enrola depois com uma menina bonita. Mas para além disso há muitos bons momentos, as cenas de acção com o carro são sempre muito interessantes e só chateiam quando mais para a frente decidem que o Turbo Boost ia resolver tudo e era usado a cada 5 minutos para saírem de alguma situação.
Os meus episódios favoritos são os que eles enfrentam o protótipo do KITT, o carro KARR, que é em tudo semelhante ao KITT (aliás a forma como as luzes se mexiam quando o carro falava foram depois adoptadas pelo KITT em episódios mais para frente) mas que tem uma tendência mais maligna e torna-se um adversário à altura do nosso herói. Outro adversário é o camião TIR chamado Goliath que é conduzido pelo irmão gémeo de Michael Knight, Garth Knight, e com um bigode que ajudava a diferenciá-los. Para mim foram os episódios mais divertidos devido a serem adversários complicados e à altura dos 2 heróis. É uma série que ainda hoje se vê bem e que nos leva a dias mais despreocupados e que exigíamos menos daquilo que nos entretinha.

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