Nos anos 80 apareceram umas quantas comédias que tinham conceitos muito estúpidos e situações ainda mais estúpidas, mas que nos divertiam imenso. Cegos, Surdos e Loucos fazia parte dessas comédias que eram os restos da comédia Slapstick, onde se privilegia a comédia física e conceitos ridículos que tinham feito sucesso em filmes como os dos Três Estarolas.
Uma dupla se destacou neste tipo de filmes, Richard Pryor e Gene Wilder que tiveram uma série de filmes (uns com sucesso outros não) onde o riso era uma presença constante, mesmo que por vezes seja um pouco forçado. Cegos, Surdos e Loucos (See No Evil, Hear no Evil), foi um desses filmes e que teve uma recepção mista, o argumento era um pouco sem sal e bem idiota, mas as actuações de Wilder, Pryor e Kevin Spacey chamavam a atenção de todos e contribuíam em muito para as gargalhadas que dávamos a ver este filme.
O filme mostra como um dono de uma banca de jornais, Dave Lyons (Gene Wilder), que é surdo, dá um emprego para Wallace “Wally” Karue (Richard Pryor), que é cego. Perto da banca há um assassinato cometido por Eve (Joan Severance), uma matadora profissional, que não consegue evitar que a vítima se livrasse de uma aparente moeda (na verdade um supercondutor de energia) misturando com outras moedas, que haviam na banca. Wally ouviu um tiro e Dave só viu as pernas de Eve, mas quando a polícia chega os dois são presos como suspeitos. Como Eve e seu cúmplice inglês, Kirgo (Kevin Spacey), não encontram na valise da vítima o material “encomendado” pelo mandante, Sutherland (Anthony Zerbe), se passam por advogados que querem libertar os acusados, pois têm certeza que a “moeda” está com eles. Mas Wally e Dave fogem e são perseguidos, pela polícia e pelos bandidos.
Há pouco tempo estive a rever o filme, e ainda consegui rir-me um pouco com algumas situações (em especial quando eles estão numa delegacia) mas o filme tem um grave problema, é muito longo. As comédias na altura nem sempre se preocupavam com a rapidez do filme, e esta exagera um pouco nisso já que se prolonga muito no plot da moeda e pouco nas peripécias de 2 pessoas tão absurdas como eram as personagens de Wilder e Pryor.