A novela O Salvador da Pátria é a única novela conhecida por 2 nomes diferentes em Portugal, já que quando foi transmitida pela RTP1 em 1990 tinha o nome de Sassá Mutema (o protagonista da trama), mas quando a SIC decidiu repetir a novela, esta deixou ficar o seu nome original, O Salvador da Pátria.
A novela teve 185 capítulos, transmitidos pela Rede Globo entre 09 de Janeiro e 15 de Agosto de 1989 e escrita por Lauro César Muniz. A novela teve algum sucesso na sua primeira transmissão por cá, todos achavam castiço o protagonista interpretado pelo grande actor Lima Duarte, um homem simples e analfabeto que tinha o bordão “quem, eu?” seguido de um riso que conquistava tudo e todos. A novela foi um sucesso no Brasil também, com os seus primeiros episódios a baterem recordes de audiência que nenhuma novela das Oito tinha tido até então, por cá a primeira transmissão na RTP 1 teve algum sucesso, mas a repetição no horário da tarde (pelas 18h) por parte da SIC não atingiu as mesmas audiências.
A trama é ambientada nas cidades fictícias de Tangará e Ouro Verde, que são rotas de narcotráfico, e gira em torno de Sassá Mutema (Lima Duarte), um bóia-fria (agricultor que trabalha em diversas lavouras mas não tem a sua própria) que acaba sendo cooptado por um fazendeiro, Severo Toledo Blanco (Francisco Cuoco). Para evitar um escândalo com sua amante, Marlene (Tássia Camargo), Severo convence Sassá a se casar com ela para criar uma fachada, só que Marlene é assassinada e encontrada morta com Juca Pirama (Luíz Gustavo), radialista local que denunciava desmandos das oligarquias e dos traficantes. Interessados em se aproveitar do fato, tanto os fazendeiros(chefiados por Severo) quanto os sindicalistas rurais ligados a Marina Cintra (Betty Faria) manipulam Sassá para que ele confesse um duplo homicídio que não cometeu, e transformam um crime político em um crime passional. Com a fama, Sassá Mutema acaba convencido a se candidatar a prefeito e se elege, o que desagrada à quadrilha de traficantes, que começa a ameaçá-lo. A novela acompanha a mudança de Sassá, de bóia-fria analfabeto a político poderoso, mas ainda um joguete usado ao sabor das conveniências, além do conflito dele com a nova vida, sem falar em seu amor pela idealista professora Clotilde (Maitê Proença). Em paralelo, vemos o drama de João Matos (José Wilker), um piloto civil, irmão de Juca, que foi envolvido por ele no esquema do narcotráfico e que agora tenta provar sua inocência. Ao fim, descobre-se o cabeça do esquema:era Bárbara (Lúcia Verissimo), amante de Severo e neta do banqueiro local.
A novela tinha um grande elenco, lembro-me bem de ver a repetição e de achar muita piada à personagem de Sassá Mutema (que muitos dizem ser algo baseado em Lula, que mais tarde foi eleito Presidente do Brasil) que ia perdendo piada no desenrolar da história conforme ia ficando mais educado e perdendo a sua inocência. Mesmo assim não me importava de rever esta novela, bem que algum canal podia ter algo como o “Vale a pena ver de novo” da Globo.