Sempre fui fã de guarda-redes, é o jogador que mais me fascina no futebol, e na década de 90 apreciava bastante as qualidades do titular do meu clube, o jogador croata Tomislav Ivkovic. Apesar do seu famoso golpe de vista, era um guarda redes ágil, com qualidade e um dos melhores entre os postes.
Tomislav Ivkovic nasceu a 11 de Agosto de 1960 em Zagreb, na Croácia (no tempo que era Jugoslávia), começando a sua carreira no clube da cidade onde nasceu, o Dínamo Zagreb, ao serviço do qual conquistou um Campeonato e uma Taça. Fazendo grandes exibições, rapidamente chegou à titularidade da selecção Jugoslava (que já na altura tinha grande qualidade) e transferiu-se para o Estrela Vermelha de Belgrado onde conquistou também um Campeonato e uma Taça.
Saiu do seu País e depois de umas aventuras em clubes de menor dimensão, aceitou o convite do recém-eleito presidente do Sporting Clube de Portugal, Sousa Cintra, para se transferir para o clube Português em 1989. O presidente, no seu jeito inconfundível, anunciou-o como um dos melhores do mundo no seu posto e a verdade é que ele ajudou a esse tipo de pensamento, com grandes exibições e pegando de estaca como titular da equipa principal.
Numa altura em que o clube ainda sofria com a saída do mito vivo das balizas que era Vítor Damas, Ivkovic surpreendia pela sua presença elegante entre os postes, os seus bons reflexos e a confiança que transmitia à sua equipa. Manuel José apostou nele em 33 dos 37 jogos oficiais desse ano, entrando logo em destaque na eliminatória da Taça Uefa, onde numa boa exibição manteve as suas redes invioláveis na eliminatória contra o Nápoles e chegou a defender um penalty do Maradona quando o jogo foi para o desempate de grandes penalidades.
O clube acabou eliminado na mesma devido ao falhanço de 3 jogadores, mas o jogador croata ficou na ribalta devido ao seu frente a frente com o génio Argentino. Ivkovic apostou com o el pibe 100 dólares em como ele não iria conseguir marcar, e o certo é que a coisa resultou e pouco tempo depois (dessa vez sem aposta), o guarda redes voltava a defender uma grande penalidade do Maradona no jogo entre Jugoslávia e Argentina para o mundial Itália 90.
Na época seguinte, Marinho Peres manteve a aposta no jogador e o clube arrancou com uma série de 11 vitórias consecutivas (curiosamente no jogo que perdeu pontos, Ivkovic ficou de fora devido a compromissos com a selecção) para além de ter ido até às meias-finais da Taça Uefa.
Mesmo assim foi mais um ano sem títulos, e por vezes alguns erros do jogador custavam pontos ao clube, seja pelos seus famosos golpes de vista, ou por um ou outro frango. Por vezes também se punha a jeito de ser criticado pela imprensa, como numa declaração que fez antes de um jogo contra o Porto, onde dizia que sabia como o Geraldão marcava os livres. Nesse jogo Geraldão acabou por marcar um golo de livre, o que deu azo a algum gozo ao jogador Croata.
Bobby Robson acabou por o dispensar do clube, obrigando Sousa Cintra a ir buscar Lemajic e Costinha (que nunca fizeram esquecer Ivkovic), saindo assim do clube sem nenhum título conquistado mas com uma das melhores média de sempre na baliza Leonina. Em 4 épocas fez 154 jogos, sofrendo 112 golos continuando a sua carreira no nosso País (exceptuando um ano em Salamanca), jogando em clubes como o Estoril ou o Belenenses, abandonando os relvados aos 37 anos, quando jogava pelo Estrela da Amadora.
Foi Internacional por 38 vezes, conquistando a Medalha de Bronze nos Jogos Olímpicos de 1984, e jogando no Europeu desse ano e no Mundial de 1990. Voltou ao Sporting como adjunto de Mirko Jozic, prosseguindo a sua carreira posteriormente como treinador de guarda-redes de diferentes selecções do Mundo.
Gostei bastante deste jogador, era muito 8 ou 80 mas quando engrenava era fenomenal e um dos que mais gostava de ver jogar.
4 Comments
Foi um bom "keeper", mas sobretudo quero dar-te os parabéns por um ano inteirinho de blogue com actualizações muito frequentes!
🙂
PARABÉNS páh…!
😀
Muito obrigado pa 🙂 forte abraço
Ivkovic também representou a Jugoslávia nos Jogos Olímpicos de 1980 e 1984, tendo ganho a medalha de bronze em Los Angeles.
Eu falo na medalha no fim Paulo 🙂 mas obrigado pelo alerta na mesma