Em Alvide, sítio onde cresci, sempre que se queria um certo tipo de produtos já se sabia onde se devia ir, à Drogaria do Seu Joaquim (e do seu filho João). Era um local onde se encontrava de tudo um pouco, e era incrível como iríamos ali encontrar o que queríamos e como a pessoa atrás do balcão sabia onde ir buscar esse produto no meio daquilo tudo.
Esta drogaria era, como tantas outras, um pouco escondida do público, não era facilmente visível na rua mas também não necessitava disso, como tantas outras ela vivia do boca-a-boca e dos clientes fiéis que sabiam que era ali que deviam ir para comprar o que precisavam. Normalmente éramos atendidos pela Nora do seu Joaquim, já que os homens andavam a entregar as bilhas do gás (que se encomendavam ali) ou a arranjar janelas de vidro e coisas semelhantes.
Petróleo, Creolina, milho, alipste para os pássaros, esfregonas, tachos, detergentes para lavar o chão ou a roupa, de tudo um pouco encontrava-se ali e tudo isso convivia alegremente numa orgia de produtos tão diversos e tão juntos um do outro que faria um agente da ASAE entrar em coma profundo.
Não muito longe havia um Bazar, do seu Zé Luís, que não tinha tanta coisa “hardcore” como petróleo e afins, mas tinha as esfregonas, sabonetes, detergentes e até brinquedos e coisas para costura de uma forma mais prática e apelativa para o consumidor. Existiam também Supermercados, mas eram estes 2 sítios que conquistavam as pessoas na compra de determinados produtos, e sabíamos que podíamos também contar com as dicas indispensáveis para a solução de algum problema que tínhamos e que estávamos a precisar daquele produto para o resolver.
Gostava muito de ir tanto a um como outro, e foi na Drogaria que tive o meu 1º trabalho a sério (ainda antes dos 18 anos) e diverti-me um pouco mesmo a trabalhar um pouco no duro a ensacar milho ou a arrumar as coisas todas nos respectivos sítios. Ainda existe uma ou outra resistentes ao tempo e aos Hipermercados, mas já não é a mesma coisa.
