Parker Lewis (ou Parker Lewis can’t lose) foi uma série adolescente diferente de todas as outras que já tínhamos visto, divertida, interessante e até com um toque de surrealismo, foi um dos programas mais marcantes da década de 90, e que ainda hoje é relembrado com saudade.
Por cá a série foi transmitida pela TVI no seu começo (quando ainda era o 4ª canal), e gozou de algum sucesso, diferenciando-se do resto da televisão mais cinzenta que estávamos habituados.
Foi transmitida originalmente pela FOX entre Setembro de 1990 e Junho de 1993, com 3 temporadas que perfizeram um total de 73 episódios emitidos. Roupas espalhafatosas, mensagens subliminares, elenco com carisma e muita diversão à mistura, eram a receita para um programa de sucesso um pouco por todo o mundo, e Brasil e Portugal não foram excepção.

A série desenrolava-se no liceu de São Domingo na década de 90, com os vestígios dos anos 80 ainda bem presentes em muitos aspectos da série, e mostrando assim como estava a ser feita essa transição pelos jovens deste mundo.
Isso era notório na moda, com as roupas super coloridas e espalhafatosas em contraste com camisas de flanela e outra roupa mais sóbria, mas também muito colorida.
O protagonista da série era Parker Lewis (Corin Nemec), um jovem popular que gosta de desfrutar da adolescência como poucos e que nos narrava as suas aventuras neste liceu. Aliás notava-se a influência de Ferris Bueller ao longo da série (o filme ainda gozava de algum sucesso), e este actor bebia muito nessa influência ao falar directamente para nós enquanto narrava os acontecimentos da série, ou nos seus constantes esquemas para faltar às aulas.
Parker vivia com os seus pais, “Marty” Lewis (Timothy Stack) e Judy Lewis (Anne Bloom na 1ª e Mary Ellen Trainor nas outras duas temporadas), que eram proprietários de um videoclube, e com a sua pequena irmã Shelly Lewis (Maia Brewton), uma das suas maiores inimigas e com a qual estava constantemente a lutar.
Na escola anda sempre acompanhado pelos seus dois grandes amigos, Mikey Randall (Billy Jayne) e Jerry Steiner (Troy Slaten), que eram bastante diferentes um do outro, enquanto que um era todo rebelde e preferia mais andar de moto e ouvir música rock do que estudar, o outro era um pequeno génio, que ansiava pela atenção dos outros e que tinha todo o tipo de coisas dentro do seu sobretudo.
A protagonizar a série tínhamos ainda a maior inimiga de Lewis, a directora da escola Grace Musso (Melanie Chartoff), que queria por tudo expulsá-lo do liceu e não suportava a sua forma de estar e de ser, era também conhecida pelos seus gritos estridentes que partiam os vidros da sua porta a toda a hora. Ela era acompanhada por um rapaz maligno com um ar gótico-vampiresco, Frank Lemmer (Taj Johnson), que conseguia se teleportar quando queria e era extremamente fiel a Musso.
Era impossível não nos divertirmos a ver esta série, a constante subversão de Lewis às ordens da directora, os seus esquemas para tramar a irmã ou escapar dos seus deveres escolares ou então para fugir de, ou pedir ajuda a, outra personagem importante no liceu, o do enorme Kubiak (Abraham Benrubi), terminavam sempre numa boa gargalhada.
Os episódios mostravam de tudo um pouco, desde o bully na escola a outros problemas adolescentes, como as paixonetas ou dificuldades escolares, mas sem nenhum do drama a que estávamos habituados em séries anteriores. Tudo era sempre mostrado de uma forma mais leve e divertida, e nas primeiras temporadas até de uma forma algo surreal, com esquemas mirabolantes e situações levadas ao extremo.

A primeira temporada destaca-se por conseguir abordar factos importantes de décadas anteriores, são mostradas coisas importantes dos anos 60, 70 e 80. Fui grande fã desta série, adorava aqueles conflitos iniciais/finais entre o Lewis e a irmã, alternando com a informação dos créditos e o usual “Eat now?” do Kubiak quando se portava bem e pretendia uma recompensa. Aliás eram muitas as “catchphrases” na série, desde o “Synchronize watches” ao “No problem” do Parker, passando pelo “Eek!” do Jerry e o “Coolness” do Mikey.
Um dos meus episódios favoritos, é aquele que aborda a dependência de Jerry em relação ao seu Mega Drive e ao jogo Altered Beast, aliás ele era uma das minhas personagens preferidas e gosto como evoluiu a relação entre ele e a irmã mais nova do seu melhor amigo Parker. Marcou uma época e por isso mesmo pode parecer algo datada por vezes, já que é demasiado presa nos anos 90, mas o seu humor consegue passar por cima disso e vale a pena rever muitos dos seus episódios.
1 Comment
Kubiak e a Miss Musso eram de longe as minhas personagens favoritas (por razões diferentes)!
😀