Quando comecei a seguir futebol a sério, o Sporting Clube de Portugal atravessava um longo jejum de títulos, mas nem por isso deixava de ter boas equipas e grandes jogadores, como foi o caso do Krassmir Balakov, um dos melhores nº 10 a jogar em Portugal.
Krassimir Guenchev Balakov nasceu a 29 de Março de 1966 na Bulgária, começou a jogar como médio no modesto Etar Tamovo em 1984/85, permanecendo lá até 1990, ano em que saiu então para a sua primeira aventura no estrangeiro, indo para o Sporting de Marinho Peres.
Foi uma das contratações de Sousa Cintra para atacar o título que já nos fugia há quase 10 anos, apesar de ser um médio quase desconhecido e vir na altura rotulado como extremo esquerdo. Chegou a meio da temporada 1990/91, e com apenas 24 anos começou a ser uma das apostas de Marinho Peres para o 11 titular da equipa, que na altura apresentava um bom futebol e estava recheada de bons jogadores.
Em 22 jogos marcou 8 golos e mostrou logo ali toda a sua enorme qualidade, começando a derivar para o miolo do terreno onde se iria tornar em breve o patrão do futebol do Sporting, com uma grande técnica aliada a uma enorme visão de jogo e uma qualidade futebolística acima da média.

Entre 1992 e 1994 tornou-se uma das maiores figuras do clube. um jogador acarinhado e querido por todo o público, um dos pilares do Sporting de Bobby Robson e o de Carlos Queirós marcando 21 golos numa temporada em que mostrou toda a sua potencialidade atacante.
Era um canhoto excepcional com um remate certeiro e um especialista em livres que o tornaram um dos melhores nº 10 da Europa, recebendo o Prémio Stromp em 1992, numa mostra do carinho que toda a nação Sportinguista sentia por ele e apreciação pela sua qualidade dentro do campo e fora dele.
Era um jogador sem vedetismos, sempre calmo e sereno nas suas declarações e mostrando sempre um enorme amor pelo clube que representava mesmo sem estar a ganhar títulos, algo que só veio a acontecer em 1994/95 na sua última temporada pelo clube onde venceu então a Taça de Portugal, muito pouco para a qualidade deste jogador.
Foram 168 jogos pelo Sporting, onde marcou 60 golos antes de ser vendido para o Estugarda da Alemanha, onde ajudou esse clube a conseguir algumas das suas melhores prestações na Bundesliga e a mostrar de novo toda a sua qualidade. Na selecção Búlgara, ajudou a que esta ficasse no 4º lugar no Mundial dos Estados Unidos, sendo uma das principais figuras dessa campanha.
Foi um dos meus ídolos, um dos meus jogadores preferidos e um que se conseguia destacar da equipa mesmo quando esta estava recheada de bons jogadores como Figo, Amuneke ou Paulo Sousa. Sempre que existia um livre directo a nosso favor, havia aquela sensação de meio golo como só um jogador destes podia proporcionar, era quase sempre o líder dentro de campo e que nos ajudava a lutar contra os campos inclinados que tantas vezes apareciam à nossa frente de modo a deixarem-nos fora da luta pelos títulos Nacionais.
Lembro-me bem do chapéu que fez a Preud’Homme, outro jogador de eleição e guarda-redes do nosso maior rival, de um derby contra o Benfica em que marcou um golaço aos 20 segundos do jogo, ou de um contra o Setúbal onde fintou 5 jogadores desde o meio-campo. Era realmente uma alegria ver um jogador destes e uma pena não ter sido premiado com mais títulos como tanto merecia.
2 Comments
Dos melhores que eu vi passar pelo Sporting!
Adorava ver este jogador.
😉
Saudades mesmo