Já todos sabemos como os anos 80 foram peritos em nos fornecer desenhos animados que se tornaram míticos, e os Trasnformers fazem parte dessa fornada, deixando uma legião de fãs em todo o mundo que resiste forte e fiel até os dias de hoje.
A prova disso são as constantes versões de desenhos animados que continuaram a ser produzidas, ou até os filmes para o cinema que se tornaram grandes blockbusters e apresentaram estes robôs a uma nova geração. Assim como o He-Man, este foi mais um programa feito para TV para promover uma linha de brinquedos, que se tornou tão ou mais popular que a mesma.
Foi em 1984 que a Hasbro encomendou esta série, para promover a linha de brinquedos com o mesmo nome e que acabou por ser uma co-produção entre Americanos e Japoneses, algo que deu origens a alguns problemas devido às ideias diferentes para o programa e o que queriam fazer com ele. A empresa de brinquedos decidiu contactar a Marvel, com a qual já tinha tido experiências positivas em séries com o mesmo objectivo, e foi Jim Shooter (editor chefe na altura) que concebeu a premissa básica do que viria a ser este universo, com o confronto entre duas facções de robôs, os Autobots e os Decepticons.

A série foi entregue a um dos maiores talentos da companhia, Dennis O’Neill, mas todos os seus conceitos foram rejeitados pela Hasbro, e depois de muita escolha, Shooter entregou a série a Bob Budiansky que num fim de semana concebeu novos nomes e histórias que agradaram a companhia de brinquedos que deram luz verde para o comic e o desenho animado.
Juntamente com a Sunbow productions e com animação do estúdio Japonês Toei Animation, a mini série com 3 episódios foi transmitida em 1984 nos Estados Unidos e teve um tal sucesso que foram logo encomendados mais 13 episódios, naquela que viria então a ser a primeira temporada daqueles que ficaram conhecidos como a geração 1 de Transformers. Uma intro animada com mais uma daquelas músicas que ficava nos ouvidos de todos, o desenho animado foi um sucesso a escala global, mostrando um conflito entre robôs gigantes que tinham o bónus de se poderem transformar em automóveis (no caso dos bons) ou aviões (no caso dos maus).
Rapidamente começaram a aparecer também os anúncios para os bonecos que se encontravam à venda, um pouco carotes mas que entusiasmaram muitos de nós e atormentaram muitos dos nossos Pais, que ou optavam por umas versões baratas de uns carrinhos que se transformavam com menos glamour que estes robôs, ou cediam e compravam alguns dos mais baratos. Eu tive um Inferno (o que se transformava num camião de bombeiros) e uma das k7’s animais do Soundwave.
A primeira geração destes robôs era bem carismática, e como tudo na década de 80, para além da acção tinha muito humor e alguns personagens castiços que serviam como comic relief. Nesse aspecto, Bumblebee foi um dos maiores sucessos. Nos Autobots tínhamos então Optimus Prime como líder e alguns dos seus membros consistiam em: Brawn, Bluestreak, Bumblebee, Cliffjumper, Gears, Hound, Huffer, Ironhide, Jazz, Mirage, Prowl, Ratchet, Sideswipe, Sunstreaker, Trailbreaker, Wheeljack, Windcharger, e Hauler.

Cada um deles com uma personalidade própria e que tinha um pouco a ver com o veículo em que se transformavam, desde um simpático carocha a um cool carro desportivo, desde um camião das obras a um carro de polícia. Já no caso dos Decepticons, era Megatron o temível líder, que se transformava numa arma gigante que era depois manuseada por Soundwave, um gigantesco leitor de k7’s de onde saía uma pantera e uma ave tipo pterodáctilo.
Starscream, Skywarp, Thundercracker, Reflector eram outros dos vilões ao comando de Megatron, assim como Shockwave que ficava em Cybertron e guardava o Planeta com as viagens constantes do grupo entre a Terra e Cybertron. Dos vilões Starscream era o que mais se destacava, até porque ele estava constantemente a tentar retirar a liderança de Megatron e passava a vida a lamentar-se.
Na primeira temporada pudemos ainda ver a estreia dos Dinobots (Grimlock, Slag, Sludge, Swoop e Snarl), Insecticons (Shrapnel, Bombshell e Kickback) e Constructicons ( Scrapper, Long Haul, Mixmaster, Bonecrusher, Scavenger e Hook) que eram respectivamente um grupo de dinossauros, insectos e veículos de construção sendo que estes últimos podiam-se juntar e se transformar num robô gigante chamado Devastator.
Foram criados 49 episódios para a segunda temporada de Transformers e foi aqui que comecei a perder um pouco o interesse já que começaram a surgir personagens literalmente do nada (não explicavam origem, background, nada) e começou a haver demasiadas personagens para terem tempo de antena e as coisas ficavam um pouco confusas. Única parte que achei piada foi a de que começaram a criar vários grupos de heróis e vilões que depois se podiam combinar e formar um Robô gigante e super poderoso. Foi algo que sempre gostei de ver num desenho animado e por isso este não foi excepção.
Em 1986 o sucesso do programa era tanto que foi feito um filme de animação baseado nesta geração, com um conceito mais adulto e que incluiu até a morte de algumas personagens importantes como Optimus Prime ou Starscream. Era um conceito mais futurista que continuou a ser explorado na terceira temporada, que foi transmitida por cá pela SIC, numa versão dobrada em Português que continuou a ter algum sucesso.
Para variar houve uma invasão de merchandising com uma revista de BD a ser publicada, uma caderneta de sucesso e obviamente os bonecos da Hasbro. Cheguei a ganhar alguns prémios com a caderneta, mas não era muito fã da revista aos quadradinhos, achava que a piada maior desta série (os robôs a transformarem-se) perdia-se completamente no papel. Tenho a 1ª geração em dvd e esta continua a ver-se muito bem, um belo desenho animado, carismático e com uma história interessante que apaixonou várias gerações ao longo dos anos.