O Brasil nunca teve muita sorte com os seus “goleiros”, sempre se preocupou mais em produzir avançados que marcassem golo e brincassem com a bola, do que com quem defendia as redes da sua Baliza. Nos anos 90 mesmo assim houve um que se destacou, o Claudio Taffarel, que ajudou a selecção a chegar ao tão ansiado título Mundial que já lhes fugia há tanto tempo.
Claudio Andre Mergen Taffarel nasceu a 8 de Maio de 1966 em Santa Rosa no Brasil, no meio da pobreza de uma família de descendentes Italianos e Alemães que o fez sempre sonhar com um melhor futuro e numa carreira de sucesso como futebolista. A sua estreia profissional foi no Internacional, em 1985 e rapidamente começou a dar nas vistas sendo uma das grandes revelações do Brasileirão de 1986, acabando inclusive por ser convocado para a selecção do seu País.

Virou ídolo da torcida e um dos mais amados em todo o Brasil, e as suas exibições na baliza não passaram despercebidas aos grandes da Europa e no começo da década de 90 foi contratado pelo Parma de Itália. Algo que ainda tinha mais impacto na altura, já que havia um limite de estrangeiros a poder utilizar pelas equipas Europeias, que raramente queimavam uma vaga dessas na baliza e especialmente com um guarda redes do Brasil.
Venceu a copa de Itália e uma competição Europeia, sendo titular indiscutível tanto no clube como na Selecção. Devido aos problemas com as vagas, e aos problemas com as suas exibições (tanto defendia muito como sofria golos fáceis), foi emprestado ao Reggiana na temporada de 93/94 e aí voltou a brilhar a grande nível, tendo sido considerado o melhor goleiro do campeonato e garantindo a convocação para o Mundial nos Estados Unidos.
Aí ajudou o Brasil a conquistar o campeonato que há tanto lhes fugia, foi bastante sóbrio e deu uma segurança extra aos seus companheiros com essas exibições. Era conhecido por defender grandes penalidades, brilhou tanto nos seus clubes como na selecção a esse nível, e o conhecido narrado Galvão Bueno chegava a sublinhar isso nos seus relatos com um “Vai que é sua Taffarel!“.
Foram 104 jogos pelo seu País, presença em 3 copas do Mundo que lhe garantiram um lugar no Hall of Fame da selecção Brasileira no Museu do Futebol. Em 1995 voltou ao seu País, sendo contratado pelo Atlético Mineiro num valor recorde que teve direito a trio elétrico e tudo no regresso do jogador ao seu País de origem. Foi o 4º goleiro com mais jogos no clube, 191 onde sofreu 203 golos e venceu 3 títulos importantes pelo seu clube.
Sempre muito querido pelos adeptos, voltou a sair para o Estrangeiro em 1998, mas não sem antes falar com a torcida e chegar inclusive a deixar uma carta publicada num jornal a explicar as suas razões. Aí brilhou a grande nível vencendo numa só época o campeonato Turco, a taça, a Taça Uefa frente ao Arsenal e a Supertaça Europeia frente ao Real Madrid. Defendeu grandes penalidades de muita importância e outras defesas importantes que ajudaram o clube a atingir o 2º lugar IFFHS.
Mais uma vez virou ídolo por completo da torcida, algo que dura até aos dias de hoje que até fez com que fosse contratado para ser o treinador de guarda redes do clube. Um jogador carismático, sempre muito querido pelos adeptos e que colmatava as suas falhas com defesas brilhantes e grandes perfomances nas defesas de grandes penalidades.
Eu gostava do jogador, lembro-me que por várias vezes foi falado que podia vir para o Sporting, algo que sempre acolhi com alegria e boa vontade. Nunca se concretizou e ele teve a carreira que teve tanto na Europa como no Brasil, provando que apesar de tudo era um guarda redes acima da média.