Como bom fã de super-heróis que sempre fui, ficava sempre entusiasmado quando via algo relacionado com esse mundo na televisão, o pior é que nem sempre isso era algo bom e aconteciam coisas meio deprimentes como a série de TV do Homem-Aranha.
Não me lembro se isto foi transmitido pela RTP, a primeira vez que vi isto foi no videoclube do meu bairro e tempos depois na TVI, que transmitia isto como telefilmes do Aranha aos Sábados da parte da tarde. Opção tomada também pela Globo no Brasil, que transmitia isto na sua Sessão Aventura e Sessão da tarde, obviamente dublado em Português do Brasil. Foram produzidos 13 episódios pela CBS, transmitidos entre 1977 e 1979, muitas vezes como especiais em vez de ser transmitida como uma série regular.
Não tive coragem de alugar (tinha perdido depois de ter alugado uns do Hulk), mas ainda dei uma espreitadela quando deu na TVI e comprovei todos os meus temores, aquilo era tão mau como parecia. O fato e a máscara eram horríveis (as botas de plástico por cima das calças matavam-me), o actor era canastrão e as cenas de acção eram poucas e muito más, nada funcionava bem neste programa.

Existia um elenco secundário, mas era a mesma coisa que não existir, eles raramente eram usados (até a Tia May, que praticamente não apareceu na série) e bem diferentes do que conhecíamos da BD.
Temos o caso do editor, que aqui era apenas um pão duro simpático que até engraçava com o cabeça de teia, nada a ver com o original, assim como o editor Robertson, que era basicamente um rapaz da mesma idade que Peter, aliás “rapaz” é uma expressão já que ambos pareciam estar nos seus 30 apesar de representarem ali malta mais nova.
Nicholas Hammond era quem fazia de Peter Parker, era um daqueles actores canastrões que ficava melhor em Dallas do que ali, sempre de olhar vago e com um cabelo tipo capacete de fazer inveja a Bobby Ewing.
E o nosso herói apareceu do nada, não houve morte de tio Ben nem nenhuma menção a algo do género, ele descobriu que tinha os poderes, decidiu coser um fato e toca de ir “combater” o crime. Para além de costureiro também soube inventar um lançador de teias enorme, que ficava ali no pulso a destoar mais do que um relógio da Fóssil. E a teia não “colava” como nas revistas, ela enrolava em torno dos bandidos e das chaminés e afins, era simplesmente deprimente ver o nosso herói naquelas figuras.
Nem a própria estação gostava muito da série (mas mais porque a CBS achava que estava a ficar muito conhecida como a estação dos super-heróis já que transmitia muitas séries do género), e apostava mais na série do Incrível Hulk, que era uma série mais adulta e não tão virada para o público Juvenil como era o caso desta.
Algo para esquecer mesmo, uma série de heróis que nem super vilões tinha..