Os anos 80 tiveram uma particularidade agradável, para além de todas aquelas séries de sucesso que apareceram, podíamos ainda ver (e no caso dos mais velhos rever) séries de grande sucesso de outras décadas como a de 60 e 70. Muitas acabavam por nos conquistar e vibrarmos tanto com aquilo como os nossos Pais já tinham vibrado, e a série do Fugitivo é um belo exemplo disso.
A série do Fugitivo foi criada por Roy Huggins e foi transmitida originalmente pela ABC entre 1963 e 1967, num total de 4 temporadas e 120 episódios. Teve a particularidade de ter as primeiras três temporadas filmadas a preto e branco e a última transmitida a cores, acredito que a RTP tenha transmitido isto nos anos 70, mas eu vi no final dos anos 80/começo dos anos 90 na RTP 2, numa altura que davam grandes séries do passado no horário nobre do segundo canal. Uma boa opção para quem não queria ver o Telejornal, e ficava assim a conhecer uma época dourada da Televisão Norte-Americana.

Foi uma das séries de maior sucesso da história, com a segunda parte do último episódio (transmitido em duas partes) a ter o maior nível de audiências de sempre com mais de 78 Milhões de pessoas a querer ver o destino final do Dr. Kimble. Esse recorde só foi batido muitos anos depois pelo episódio de Dallas onde revelavam quem tinha atirado em JR e pouco depois pelo último episódio de M.A.S.H.
A série mostrava-nos como o Doutor Richard Kimble (interpretado por David Janssen) é acusado injustamente de ter morto a sua mulher, e tenta provar a sua inocência fugindo da Polícia e tentando apanhar o verdadeiro culpado, um Maneta que ele tinha visto fugir da sua casa.
Apesar de ser um pediatra querido pelas pessoas, as constantes discussões que tinha com a sua mulher (incluindo nessa noite) não ajudaram o Doutor a escapar da suspeita de ter sido ele a assassinar a sua própria mulher.
Depois de ter conseguido escapar da polícia, ele decide fugir pelo País em busca do seu suspeito, aceitando pequenos empregos para ir sobrevivendo enquanto tentava escapar da perseguição implacável do Tenete Gerard (Barry Morse), um polícia muito inteligente e que quer cumprir a lei e apanhar o Doutor custe o que custar. Ele afirma sempre “se a lei o condenou, ele é culpado”, mostrando não se preocupar com a suposta inocência de Kimble. Para o fim isso muda um pouco, já que ele começa a acreditar nessa teoria.
Lembro-me de gostar bastante da acção de alguns episódios, de simpatizar com o bom doutor e torcer para que ele conseguisse apanhar o culpado e assim limpar o seu nome. O engraçado da série era de que o “vilão” principal nunca aparecia, esse maneta aparece nuns quantos episódios apenas e com maior destaque no final da série obviamente. Um argumento intenso, uma típica série de “viajante bondoso que ajuda os outros e parte para outra terra” e um carismático protagonista ajudaram ao sucesso do programa e a fazer com que eu gostasse bastante de o ver.