Era um dos bigodes mais conhecidos dos anos 80 e 90, os Portugueses adoravam ver e ouvir o rei das vozes Fernando Pereira que tão depressa imitava uma Tina Turner como um Paulo de Carvalho. Um verdadeiro entertainer, um imitador, cantor e apresentador de TV que nos habituámos a ver no nosso ecrã a apresentar programas ou a dar espectáculo com as suas imitações.
Fernando José Venâncio Pereira nasceu a 14 de Março de 1959 em Lisboa, tornou-se cantor profissional em 1982 e começou a fazer várias digressões pelo País onde maravilhava os Portugueses com as suas imitações no palco onde conseguia (na perfeição) cantar tanto vozes masculinas como femininas. Lembro-me de o ver e ouvir numa festa em Penamacor nos finais da década de 80 e como tudo estava parvo a ouvi-lo a cantar Tina Turner, Michael Jackson ou Paulo de Carvalho, tudo na perfeição.
Chegava a fazer mais de 150 actuações ao vivo, um verdadeiro recordista dos espectáculos ao vivo dessa década. Nos anos 90 aparecia mais regularmente na Televisão, e mostrou-se ser um bom apresentador conseguindo bons resultados à frente de programas como o Casa Cheia da RTP. Os discos que lançava também vendiam bem, chegando muitas vezes a alcançar a marca da Platina, algo que não era muito fácil nessa altura.
O seu bigode era imediatamente reconhecido, tornando-se uma das suas imagens de marca juntamente com o seu sorriso e smoking preto. O seu talento vocal é reconhecido e admirado por todos, em 1986 no Simpósio Internacional da voz foi examinado por diversos médicos e especialistas, que o consideraram um caso único entre Milhões, e em 1995 no 1º congresso mundial da voz foi um dos convidados especiais do evento ao lado de nomes como Jose Carreras ou Teresa Berganza.
Nos anos 90 esteve em grande nos Estados Unidos, com espectáculos regulares e um convidado importante em programas de TV e nos Casinos e casas de espectáculos mais importantes. Só no casino do Donald Trump foram mais de 78 espectáculos, um feito ao alcance de poucos e sempre com casa cheia. Voltando a Portugal, continuou essa tendência de se mostrar em Casinos e apresentou no da Póvoa e do Estoril espectáculos de sucesso como um em que encarnava o António Variações e deixava todos rendidos à sua perfomance.
Gostava bastante dele com artista, confesso que me fazia confusão como ele conseguia imitar na perfeição tanto artista diferente e todos eles nada “fáceis” ou “comuns” de se imitarem. Ele não ficava pela imitação de Ramalho Eanes ou Cavaco Silva (coisa que muitos faziam com relativa facilidade), ia sempre mais além e conseguia-nos deixar de boca aberta. Confesso que me faz muita impressão vê-lo sem bigode e que perdeu muito do seu carisma sem essa parte integrante do seu ser.