Foi das últimas novelas Brasileiras que segui com atenção, um elenco impressionante e uma história interessante com o espiritismo sempre presente, a telenovela a Viagem foi um sucesso tanto no Brasil como em Portugal.
A TV Tupi já tinha apresentado em 1975 a novela A Viagem, tendo a mesma repercussão que a versão de 1994 da Rede Globo, escrita por Ivan Ribeiro e dirigida por Wolf Maya. Achei fantástica a forma como abordaram o espiritismo nesta novela, sem recurso a muitos clichés e usando conceitos como o da vida após morte ou fantasmas de uma forma bastante original e interessante.
Foram 167 capítulos transmitidos no horário das 19 horas pela Globo entre 11 de Abril e 22 de Outubro de 1994, sendo transmitido pela SIC em horário nobre e com grande pompa e circunstância. Foi um sucesso de audiências no Brasil com mais de 50 pontos de share e por cá a coisa não foi muito diferente no aspecto de todos verem a novela e ficarem entusiasmados com ela.

A autora deste remake decidiu aproveitar muitos dos actores que tinha utilizado em Mulheres de Areia mas em papéis completamente diferentes, mocinhos numa viraram vilões aqui ajudando assim a que o público pudesse ver outra faceta desses profissionais e não “cansar” os telespectadores a ver as mesmas caras em papéis semelhantes.
Guilherme Fontes foi fenomenal como o atormentado Alexandre, personagem que aprendemos a gostar e nos preocuparmos até sermos apanhados de surpresa pelo seu suicídio e vermos depois a sua “vida” no outro lado. Gostei muito do Falabella nesta novela e para mim foi uma das melhores interpretações da Christiane Torloni que arrasou como Dinah. Pudemos ver ainda actores como António Fagundes, Ary Fontoura, Andrea Beltrão, Maurício Mattar ou Lucinha Lins, um elenco de estrelas para uma história pensada para as 19 horas.
Na história, podemos ver como o mimado Alexandre (Guilherme Fontes) mata um homem durante um assalto. Depois vemos a luta de uma irmã para o libertar esbarrando na vontade de o advogado de acusação em prender o rapaz (muito porque a pessoa assassinada era o seu sócio). O advogado Otávio Jordão (António Fagundes) torna-se obcecado nessa missão e faz com que a irmã de Alexandre, Dinah (Christiane Torloni) o odeie, o que não melhorou quando Alexandre se suicida depois de algum tempo na cadeia.
A alma dele vai então para um local de sofrimento (o Vale dos Suicidas), cheio de fogo e gritos, aparecendo depois na “terra” para atormentar algumas pessoas e ter algum gozo nisso. Os efeitos especiais utilizados para isto tudo eram até bastante bons, a coisa nunca pareceu muito ridícula e foi sempre apresentada de uma forma quase “real”. Até mesmo quando alguém era “possuído”, as interpretações eram feitas de uma forma que casavam na perfeição com o que víamos no ecrã.
Foi giro ver como Dinah e Otávio acabam por se apaixonar, e ver como Alexandre estraga isso fazendo com que o advogado perdesse a vida num acidente de viação. Dinah perde a vontade de viver e morre nos braços da sobrinha Bia, e podemos ver depois o casal no céu a correr para os braços um do outro.
Uma novela intensa mas muito interessante com umas quantas histórias secundárias a terem algum destaque também.