Um pequeno grande génio, uma boa frase para definir Rui Barros, um dos nossos futebolistas emigrantes de maior sucesso e um dos maiores nomes do desporto do nosso país. Um centro campista atacante de grande técnica e qualidade de passe acima da média, jogou em grandes clubes como Porto, Juventus e Mónaco, para além de marcar sempre presença na nossa selecção.
Rui Gil Soares de Barros nasceu a 24 de Novembro de 1965 em Paredes, Porto começando a sua carreira profissional no Sporting da Covilhã na temporada de 1984/85, indo no ano seguinte para o Varzim onde começou a dar nas vistas e a ser convocado para a selecção Nacional. Em 1987 foi para o Porto, onde foi uma das figuras principais na conquista do campeonato, sendo uma das apostas de Tomislav Ivic para o meio campo da equipa onde jogou 34 jogos e marcou 12 golos sendo considerado o jogador do ano.
Parte integrante da equipa que conquistou também a Supertaça Europeia e a Taça Intercontinental, marcando um golo na primeira mão frente ao Ajax e estando em bom nível diante do Penarol. Barros saiu no verão de 88 para a Vecchia signora, a Juventus de Itália onde lutou contra equipas como o Milão de Baresi e Gullit ou o Nápoles de Maradona. Exibiu-se sempre a bom nível, numa altura onde as equipas só podiam ter 3 estrangeiros e apenas 2 a jogar dentro de campo, Rui Barros foi presença constante na equipa Italiana e admirado pelos seus colegas, Maradona chegou a elogiar várias vezes o jogador Português em programas de televisão.

Por terras transalpinas ganhou a Taça de Itália e a Taça Uefa até que no princípio da década de 90 assinou pelo Mónaco, onde foi treinado por Arsene Wenger e jogou ao lado de jogadores como George Weah. Ficámos habituados a ver os seus jogos que davam de vez em quando na TV Portuguesa, e acompanhámos a final da Taça das Taças onde ele participou, num estádio da Luz quase vazio e onde defrontou (e perdeu) o Werder Bremen da Alemanha.
Ficou por lá 3 épocas, saindo em 1993 para o Marselha indo jogar ao lado de outro emigrante de luxo, o Paulo Futre e conseguindo um segundo lugar na liga Francesa. Barros era querido por todos, a sua pequena estatura não o fazia passar despercebido dentro e fora do campo, sempre com um sorriso simpático no rosto e com tempo para todos. Dentro de campo era muito veloz, com uma excelente técnica e conseguia ter uma boa visão de jogo com passes certeiros e golos de bom nível.
Voltou a Portugal e ao Porto onde foi uma das figuras do mítico Penta, de 1994 a 2000 chegando a ser o capitão da equipa e marcando golos muito importantes. Continuou pelo clube quando terminou a sua carreira, sendo treinador adjunto e parte integrante de outros marcos da história do clube. Pela selecção nunca conseguiu o mesmo sucesso, chegando a ser ignorado por António Oliveira aquando da convocação para o Euro 96.
Lembro-me de existir uma possibilidade de ele ingressar no Sporting no tempo do Sousa Cintra e de ter ficado animado com isso já que gostava bastante do jogador. Não se veio a concretizar e veio antes para o Porto onde foi o que foi.