Mais um dia de estreias no Blog, a primeira entrevista a uma personalidade que marcou a nossa vida de uma forma ou de outra, e não havia melhor forma de começar do que com o meu humorista preferido, o grande Herman José. Uma entrevista curta que amavelmente concedeu para todos os que visitam o blog ficarem a saber um pouco sobre os programas que gostávamos de ver nos anos 80 e 90.
– Como percebeu que o que queria seguir era algo relacionado com o mundo do espectáculo?
Desde os quatro anos que só me sentia bem no palco, ainda nos tempos do jardim infantil. Estava traçado o destino !
– Após várias peças de teatro e espectáculos musicais, é convidado por Nicolau Breyner para a rábula Sr Feliz e Sr Contente, como surgiu essa oportunidade? Como encarou estar ao lado daquele veterano?
Pura sorte. O Nicolau descobriu-me no teatro em 1974, e foi uma felicidade imensa. Aos dezanove anos, o mundo só tem tons de cor de rosa !
– A música está sempre presente na sua vida, Saca o Saca Rolhas, O Super-Homem Português e a canção do Beijinho são três temas que lhe trazem bastante sucesso, pensou em ficar somente pela área musical ou sempre teve a vontade também de representar/escrever textos de humor?
Só a música era muito redutor num pequeno País como Portugal. Daí a necessidade de alargar a outras áreas.
– Como era fazer essas viagens pelo País? O que sentia do público e o que o fazia continuar?
Nos anos oitenta, uma forma de ganhar muito dinheiro, hoje em dia, uma forma de realização pessoal.
– Na década de 80 começam os seus programas de humor, o Tal Canal, Hermanias e Humor de Perdição. Se puder descrever cada um deles, quais as palavras que utilizaria?
Inconsciência, resiliência, e maturidade.

– Como era o seu processo criativo?
Solitário e doloroso.
– Sempre se soube rodear de um bom grupo de actores, como fazia os convites para eles participarem nos seus programas?
Tinha um único critério: qualidade artística e humana.
– Começou a ser habitual fazer os programas de final de ano da RTP, qual o que lhe deu mais gozo fazer?
A uma grande distância dos outros: o “Crime Na Pensão Estrelinha”
– Começa também a fazer rádio na TSF e Rádio Comercial, como foi essa experiência? Quais as principais diferenças que notava em relação ao que já estava habituado?
Rádio foi sempre uma paixão desde criança. Muitas das minhas personagens, começaram pela voz.
– O Casino Royal fugiu um pouco ao que o público já conhecia de si, como foi a aceitação do programa em termos de audiências?
Na altura não foi um programa bem aceite. Estava dez anos à frente do seu tempo.– Na década de 90 começou nos concursos, deu-lhe algum gozo fazer esse género de televisão? O que recorda mais de programas como a Roda da Sorte ou com a Verdade me enganas?
Era um trabalho cansativo mas delicioso. A Roda da Sorte foi um êxito avassalador, e representa o meu auge em termos de popularidade.
– Ainda se lembra das reacções que teve ao último episódio da Roda da Sorte? Qual foi o feedback recebido?
Foi de pura estupefacção. Nunca ninguém tinha destruído um cenário com uma “shot gun”.
– O Parabéns foi o programa que sempre quis fazer? Com entrevistas, momentos musicais e umas rábulas de humor pelo meio?
Gostei mais do HERMAN 98, um talk show com uma Big Band feito ao vivo num teatro de Lisboa.
– Qual o episódio mais caricato da sua carreira de humorista nos diversos programas que apresentou?
A Linda Reis a encarnar a princesa Diana, é o momento mais desconcertante da minha vida artística.
– Quais os programas/séries que mais o marcaram aquando da sua infância ou crescimento?
Tive dois ídolos: os Monty Python e o Benny Hill.
