Mais um anime de fazer chorar as pedras das calçadas, nos anos 70 e 80 eram comuns os desenhos animados onde orfãos nos faziam chorar por estarem sem as suas mães e viverem aventuras emocionantes. O Marco tornou-se um dos maiores símbolos desse tipo de programa, acompanhou várias gerações e emocionou todos com a sua procura constante pela sua mamã.
Foi mais uma produção dos estúdios Nippon, que adaptaram um dos maiores sucessos literários Italianos (a par de Pinóquio), o livro Cuore de Edmond de Amicis. O livro Cuore (Coração) data de 1888, uma espécie de diário de um jovem rapaz, sendo que a história de Marco é somente um capítulo desse livro. A série animada foi criada em 1976, e foi transmitida pela RTP numa versão dobrada em Português que foi estreada em 1977 mas foi repetida por diversas vezes na década de oitenta como era comum na estação pública.
Uma dobragem fantástica como de costume, com um genérico cantado de uma forma intensa que nos fazia logo perceber o que vinha aí, uma montanha russa emocional com um pobre rapaz em busca da sua mãe. O sucesso foi total, não tardou a colecção de cromos, de bonecos PVC, os LP’s com músicas do desenho animado e até revistas de bd saíram com o pequeno Marco em destaque.
Marco Rocci (Fernanda Figueiredo) é um menino pobre Genovês que vivia feliz com a sua família, apesar da falta de dinheiro faz com que a mãe dele (Ana –Teresa Madruga) vá para a Argentina trabalhar. Quando ela deixou de enviar notícias de como as coisas corriam, tanto Marco como o seu pai Pedro (José Gomes) e o seu irmão mais velho António (António Feio) ficaram extremamente preocupados.
Marco, decide partir no barco Folgore para a Argentina, juntamente com o seu amigo inseparável, o macaco Amélio, para viverem aventuras em conjunto até ele conseguir encontrar e ter notícias da sua mãe. Juntamente com Heidi, é um dos desenhos que todos se lembram com carinho e emoção, recordando-se do que viveram quando viram isto pela primeira vez.
É num porto italiano
mesmo ao pé das montanhas
que vive o nosso amigo Marco
numa humilde casinha.
Ele acorda muito cedo
para ajudar a sua querida mamã.
Mas um dia a tristeza
chega ao seu coração.
A mamã tem que partir
cruzando o mar p’ro outro país.
Vais-te embora mamã!?
Não me deixes aqui.
Adeus mamã.
Pensaremos em ti.
E tu vais recordar
como eu gosto de ti.
Se não voltas eu irei
à procura em toda a parte;
não importa se for longe,
hei-de encontrar-te.
