Hoje falo daquela que é considerada por muitos uma das melhores séries de sempre da nossa televisão, Gente Fina é outra coisa tinha um elenco extraordinário e participações especiais de artistas do calibre da Brasileira Betty Faria. Uma das melhores produções da RTP nos anos 80.
Gente Fina é outra coisa é uma criação original de César de Oliveira e Nicolau Breyner, transmitida entre 12 de Novembro de 1982 e 28 de Janeiro de 1983 em pleno horário nobre da RTP. Foram 12 episódios onde podíamos ver ali na nossa televisão actores do calibre de Nicolau Breyner, Carlos César, Margarida Carpinteiro, Luísa Barbosa, Ruy de Carvalho ou Amélia Rey Colaço.
A participação desta última foi algo muito badalado, já que a Diva do teatro estava afastada dos palcos há mais de 10 anos, e com 84 anos de idade ia ser a sua primeira participação em Televisão. A série foi já repetida por diversas vezes, mostrando que a qualidade do elenco e do argumento vão resistindo à passagem dos anos.
Aqui podemos ver como uma família rica, Penha Leredo y Salomon Bentorrado Corvelins, começa a ficar com problemas financeiros e procura forma de se sustentar, o problema é que nenhum dos membros quer começar a trabalhar, deixando-os sem muitas opções de conseguirem algum dinheiro. A ideia que aparece é a de tornar a mansão uma espécie de estância de luxo onde as pessoas podem vir ver como vive a gente rica, de ver como eles são de perto e ao vivo.

O problema é que a dona da mansão, a Dona Matilde (Rey Colaço) não podia desconfiar de nada, e então todos esses hóspedes eram apresentados como Primos distantes, algo normal numa família aristocrática. Nesses primos pudemos acompanhar nomes grandes como Ivone Silva ou Betty Faria, dando ainda outro Ênfase e qualidade à série.
Destaco o papel de Ruy de Carvalho, que interpreta Guilherme, um doido que adora aviões e de se sentar na carcaça de um a fingir que está a pilotar, nada a ver com outros papéis deste actor. Era irmão de Afonso (Carlos César), o mais sério da família e o que tem a ideia de transformar aquilo numa estância de luxo, desde que se escondesse tudo da Matriarca da família, que vivia isolada no quarto mas mesmo assim ia apanhando as coisas que se passavam ao seu redor.
Destaco ainda Nicolau breyner como o mordomo Horácio, um daqueles empregados sérios mas que gosta sempre de mandar o seu comentário opinativo, a grande Luísa Barbosa como a viúva Piedade e a que era mais contra a abertura da mansão a estranhos, ao contrário da sua filha, a divertida Isabel (Margarida Carpinteiro) uma solteirona que se animava com a vinda de tanta gente nova para ali.
Uma série bem divertida e que deixa saudades, aconselho vivamente a todos que gostam de ver uma boa produção nacional.