Os anos 80 não seriam os mesmos sem a repetição de muitos programas que deram em décadas anteriores, por vezes chegavam a ter mais sucesso do que na sua primeira transmissão e a conquistarem por completo uma nova geração. O Olho vivo é uma dessas séries, vi-a nos anos 80 e fiquei apaixonado por aquele humor disparatado e o talento do actor principal.
Get Smart (Olho Vivo em Portugal, Agente 86 no Brasil) foi exibida entre 18 de Setembro de 1960 e 15 de Maio de 1970, num total de 5 temporadas com 138 episódios sendo transmitidos pelas 3 principais estações Norte-Americanas (NBC, CBS e ABC), sendo que nos anos 90 foi feito um remake pela FOX mas utilizando o elenco original (Don Adams e Barbara Feldon), tornando-se assim a única série a ser transmitida pelos quatro principais canais dos EUA.
Leonard Stern e Dan Melnick juntaram-se a Mel Brooks e Buck Henry para criarem uma série baseada na espionagem e guerra fria, aproveitando ainda a febre dos filmes do James Bond da década de 60. O episódio piloto foi gravado a preto e branco e transmitido pela ABC, que decidiu não comprar a série e estes foram parar à NBC onde já puderam filmar a cores e continuar com as loucuras programadas.

Don Adams foi escolhido para ser o Agente 86, Maxwell Smart, um agente secreto muito convencido e cheio de confiança, mas que era bastante desajeitado e muito ingénuo. A postura física de Adams ajudava à comédia da série, especialmente quando puxava de coisas esquisitas como o sapato que servia como “telefone” e o clássico “Cone de Silêncio” onde elaboravam os seus planos.
Adorava ver a personagem logo no genérico, onde ia passando por diversas portas até chegar ao quartel general da CONTROL, agência que protegia os EUA de todo o mal em especial da agência KAOS.
O chefe David Ketchum cumpria o papel sóbrio da série, interpretado por Edward Platt, tendo uma extrema paciência para tudo o que Smart fazia e até sentia alguma simpatia e carinho por ele.
A acompanhar o agente 86 tínhamos a bela Barbara Feldon como Agente 99, que ajudava bastante o seu parceiro a não se meter em grandes alhadas, mas muitas vezes era Smart que resolvia tudo apesar de ser sempre no seu jeito atrapalhado. Por vezes apareciam outros agentes mas a acção da série era sempre em torno destes dois e do seu chefe.
Vi a série na segunda metade da década de 80 na RTP, mas acredito que tenha dado anteriormente neste canal, já que era hábito repetirem as séries por diversas vezes. Lembro-me de ver no começo dos anos 90 aos Sábados de manhã ou aos Domingos e de me divertir sempre bastante com as desventuras de Maxwell Smart. No Brasil também teve bastante sucesso, tanto pela TV Record como pela Rede Bandeirantes, sempre com a dublagem Herbert Richers.
Nos anos 80 foi feito um filme para TV e no século XXI foi mesmo adaptado ao cinema, não tendo o mesmo impacto mas foi um filme que respeitou bastante o espírito da série original, com Steve Carell a captar na perfeição a ingenuidade e talento de Don Adams.
