Foi um dos programas que marcou a “nova” TVI, quando esta já não era conhecida como o canal da Igreja e era já capaz de apresentar programação que estávamos mais habituados a ver no começo da SIC. O Fiel ou Infiel levava até bolinha no canto superior direito, prova que as coisas iam aquecer nos começos de madrugada de Sábado entre 2005 e 2007.
O humorista Brasileiro João Kléber vendeu a ideia de um programa onde se abordaria a questão de um casal ser fiel ou não, apresentando quadros em que até se promoveria isso, para ver se eram capazes ou não de trair a sua cara metade. Foi assim que nos finais de noite de Sexta-Feira, começo de madrugada de Sábado, começou a ser transmitido o Fiel ou Infiel, onde um grupo de actores tentaria seduzir um dos membros do “casal” convidado.
Entre 2005 e 2007 os Portugueses ficaram vidrados nisto, e era normal ficar-se online a conversar no mIRC ou no MSN sobre o que estava a acontecer na televisão. As discussões se aquilo tudo era real ou encenado eram comuns, afinal tudo cheirava a falso mas havia sempre quem não achasse isso e que era tudo verídico o que estava a acontecer.
Uma câmara escondida filmava o actor/actriz que tentava seduzir um dos membros do canal, por vezes as situações eram bem cómicas mas sempre um pouco a resvalar para o “escaldante”. Não havia pudor em mostrar tudo o que fosse possível, daí a bolinha vermelha no canto superior do ecrã. Logicamente que todos ali eram actores, seguindo um guião pré-estabelecido quer os “ofendidos” pelo acto de traição, quer os sedutores e seduzidos. Mas a piada estava em ver as pessoas que acreditavam nas coisas e muitas vezes nas cenas que aconteciam.
Havia discussão da grossa, “porrada”, e por vezes situações cómicas em que se gozava com algum traço característico de um dos intervenientes. O apresentador ajudava nisso, era carismático e sabia conduzir bem todo o programa, criando interesse por parte de todos e levando tudo de uma forma “desportiva” e engraçada.
Apesar de não ser um campeão de audiências, era normal tudo falar do fiel ou infiel, provando que afinal muitos assistiam aquilo e se divertiam também com todas aquelas situações.