Nos anos 80 e 90 era comum vermos duplas de irmãos que se tornavam famosos por jogarem à bola, mas em todos os casos havia sempre um que se destaca mais do outro. No caso dos irmãos Laudrup, foi o mais velho a sobressair, no entanto ambos eram bastante talentosos e jogaram em alguns clubes de topo na Europa.
Michael Laudrup nasceu a 15 de Junho de 1964, e a 22 de Fevereiro de 1969 nasceu Brian Laudrup, oriundos da Dinamarca e começaram ambos a dar na vista no Brondby, um dos maiores clubes do país. Michael jogou na temporada de 1982-83, marcando 24 golos em 38 jogos e dando o salto para Itália onde assinou pela Juventus que depois o emprestou à Lazio, enquanto que o seu irmão Brian jogou mais tempo no clube (de 1986 a 89) saindo depois para a Alemanha onde chegou a alinhar pelo Bayern Munique em 1990.
Brian depois do brilhante europeu de 1992, onde foi campeão, foi jogar para Itália enquanto que Michael saiu desse país para ir para Espanha e jogar pelo Barcelona (depois de ter jogado pela Lazio e pela Juventus). Assinou pela Fiorentina e depois pelo Milão, nunca desiludiu nas suas passagens, mas nunca foi aquele jogador brilhante ou decisivo apesar de ainda ter vencido a Liga dos Campeões pelos Rossoneri. Era sóbrio q.b. alinhando no meio campo e marcando alguns golos que ajudavam as suas equipas a atingir os objectivos e o mesmo acontecia na selecção da Dinamarca, onde não era titular regular ao contrário de Michael.

Michael foi para Itália muito novo, não tinha a maturidade suficiente para alinhar num clube como a Juventus e depois de uma época onde foi perseguido por lesões, não conseguiu vingar na equipa transalpina onde era considerado o substituto de Platini e o apoio ideal para o recém contratado Ian Rush. Mesmo assim venceu o campeonato e uma taça Intercontinental.
Numa altura que as equipas não podiam ter muitos estrangeiros a jogar, Michael foi escolhido para ser o 3º estrangeiro na Dream Team que o Barcelona estava a construir e onde Cruyff seria o treinador. Aí deu bastante nas vistas, sua qualidade técnica veio ao de cima e ele ajudou a que aquela equipa crescesse e se tornasse uma das melhores da Europa naquela altura.
Depois esteve envolvido em grande polémica, quando decidiu assinar pelo grande rival, o Real Madrid. O Dinamarquês disse sempre que não foi por vingança, apenas achava que tinha chegado ao fim o seu tempo em Camp Nou e via que em Madrid havia fome de vitórias e que com as novas contratações isso seria possível.
E assim foi, foram campeões fazendo com que ele se tornasse o único jogador a vencer 5 vezes seguidas o campeonato Espanhol por dois clubes diferentes. Foi terminar a carreira no Japão, onde ajudou a popularizar o desporto naquele continente e a ensinar novos jogadores com toda a sua experiência. Foi várias vezes o melhor jogador Dinamarquês, o melhor da Europa e um jogador respeitado dentro e fora do campo. Nunca recebeu um cartão vermelho e era conhecido pela sua qualidade técnica acima da média, que o fazia marcar golos como e quando queria ou então passar a bola de maneira a que os outros marcassem.
Curiosamente pela selecção perdeu a oportunidade de ser campeão no Euro-92, devido a problemas com o seleccionador e o que deu a chance ao seu irmão de brilhar, já que Brian foi um dos poucos atacantes da equipa. Algo que fez com que ganhasse confiança e fosse um dos melhores da selecção na vitória da Dinamarca na taça das confederações em 1995 marcando um dos golos mais bonitos da competição.

Apesar do brilhantismo de Michael, quando Brian começou a dar nas vistas nunca mais o irmão conseguiu vencer o prémio de melhor jogador Dinamarquês do ano, enquanto que o membro mais novo dos Laudrup venceu esse prémio por 4 vezes.
No Bayern ajudou o clube a chegar ao segundo lugar, e às meias finais na Europa, sendo um elemento importante na equipa o que o ajudou a cumprir o seu sonho de jogar na Série A (na altura era considerado o topo da Europa) onde alinhou pela Fiorentina que depois de descer de divisão decidiu emprestar o jogador ao Milão.
Lá encarou o problema de ser o sétimo estrangeiro numa equipa onde abundavam estrangeiros titulares da suas selecções e onde a regra de apenas três poderem ser titulares continuava a imperar.
Esteve na equipa que foi campeã da série A e que venceu a Champions League, decidindo depois abandonar o país e assinar pelo Glasgow Rangers em 1994. Aí o seu estilo de jogo directo foi um sucesso, sendo indispensável no 11 titular e ajudando a que o clube dominasse o país com 9 vitórias consecutivas na primeira divisão Escocesa. Os fãs ainda hoje o consideram o maior e melhor jogador Estrangeiro a alinhar pelo clube, e recordam com saudade as suas exibições e golos marcados em solo Escocês.
Depois nunca mais foi feliz, alinhando por clubes como o Chelsea, Copenhaga ou Ajax. Mas na selecção continuou a dar nas vistas, sendo um dos jogadores fundamentais na caminhada para o mundial em França de 1998, a única que jogou, e perdendo apenas nos quartos de final para o Brasil, tendo marcado nesse jogo e feito uma boa exibição.
Ambos deixaram a sua marca no futebol Europeu, ambos merecem ser recordados como uns dos melhores da década de 80 e 90.