Uma das imagens de marca do Paris Saint Germain dos anos 90, Bernard Lama foi um guarda-redes conhecido tanto pelo bom como pelo mau, um dos preferidos dos adeptos Parisienses e um símbolo do clube ainda nos dias de hoje.
Bernard Pascal Maurice Lama nasceu a 7 de Abril de 1963 na Guiana Francesa e desafiou o seu pai a fugir em 1981 para França sem a autorização dele. Assinou pelo Lille em 1981, mas só assinou contrato profissional em 84 depois de ter estado duas temporadas emprestado a outros dois clubes. Ficou no Lille durante cinco temporadas, e apesar de ter feito mais de 100 jogos e até marcado um golo, nunca foi considerado o dono das redes e nem sempre era titular o que o fez rumar para outras paragens e tentar a sua sorte no Metz. Só lá ficou uma temporada, e o mesmo aconteceu nos seus dois clubes seguintes até ser contratado em 1992 por um dos clubes mais importantes do país, o Paris Saint Germain.
Foi escolhido para substituir o mítico Joel Bats, tarefa bem sucedida quando começou a conquistar os adeptos Parisienses com sua agilidade e boas defesas. Foi um esteio da equipa e um dos responsáveis pela quantidade de títulos que o clube começou a conseguir durante essa década, um campeonato, duas taças de França e uma Taça das Taças frente ao Rapid Vienna colocaram a equipa e os seus jogadores debaixo de olho na Europa do futebol.
Com essa vitória Europeia em 1996, houve rumores do interesse do Barcelona no guarda redes gaulês, mas este preferiu continuar em Paris e voltou a arrancar para uma temporada de boas defesas até lesionar em Setembro desse ano, ficando afastado dos relvados até Fevereiro do ano seguinte quando regressou à equipa mas algo de terrível ia acontecer pouco depois. Foi suspenso por dois meses pelo consumo de Cannabis, o que fez com que o clube procurasse um substituto para a baliza do clube, Christophe Revault.
Foi avisado pelo clube de que seria melhor procurar um novo clube, e ele assim o fez rumando para fora do país e ingressando no West Ham de Inglaterra onde ficou cerca de seis meses, voltando ao clube da capital francesa quando estes mudaram de presidente. Lama voltou às boas exibições, mas apesar de uma boa temporada em 1999/2000, a política do clube em apostar em novos e jovens talentos fizeram com que o guardião tivesse que sair e procurar novo clube. Foi para o Rennes onde fez uma grande temporada mas que não chegou para que concretizasse o seu sonho de criança, o de ir jogar no Brasil, num clube desse campeonato.
Terminou então a sua carreira, que se pautou por boas exibições ao serviço do clube Parisiense mas que nunca vingou na selecção do seu país, onde chegou aos trinta anos e foi titular durante o Europeu de 1996, perdendo a titularidade depois da sua suspensão e foi o suplente não utilizado de Fabien Barthez no Mundial de 98 e Europeu de 2000 onde conquistaram ambos os troféus.
Lembro-me bem de ver alguns jogos dele na TVI, que transmitia os jogos do campeonato Francês mas a ideia que tinha era a de que era um guarda redes do 8 ou 80, capaz do melhor e do pior.