Uma das bandas mais marcantes das décadas de 70 e 80, os Supertramp conquistaram tudo e todos quando as suas melodias mudaram para um estilo mais pop. As letras de Hodgson e Davies ficaram para sempre na história da música e são algumas das músicas mais passadas na rádio.
Os Supertramp começaram a sua carreira em 1969, adoptando o nome de Daddy e só mudando para o nome com o qual ficaram conhecidos no começo da década de 70. Rick Davies (Teclas, Voz) teve uma proposta de um milionário Holandês para formar um grupo onde o seu talento pudesse brilhar (Davies tinha estado noutra banda onde as coisas não correram bem), e dos que responderam ao anúncio do jornal foram escolhidos Roger Hodgson (Baixo, voz), Richard Palmer (Guitarra) e Keith Baker (Percussão). Baker não durou muito tempo e foi substituído por Robert Millar.
O grupo apresentou um estilo próximo do Rock progressivo nos seus primeiros dois álbuns, mas problemas entre membros da banda fez com que fosse mudando constantemente de integrantes e introduzisse em palco instrumentos como Saxofone e flauta. Doug Thomson, Bob Siebenberg e John Helliwell formaram com Hodgson (que começou também a tocar piano e a ter uma grande influência no grupo em conjunto com o fundador Davies) e Davies a formação regular durante mais de 10 anos.
O problema maior foi quando Hdogson começou a experimentar LSD, descrevendo a experiência como o melhor dia da sua vida, e se chateou com Davies por não querer partilhar dessa experiência. Em 1974 veio o primeiro grande hit, com Crime of the Century a chegar a número 4 no top Britânico e no top 5 em muitos Países começando a caminhada dos Supertramp pelos tops internacionais
Dreamer mostrava a forte orquestração que começava a aparecer nas músicas do grupo e a canção era quase um diálogo entre os dois criativos, a prova de que eles no fundo eram a força por trás dos Supertramp. Antes do final da década tiveram ainda outro grande sucesso com Give a little bit e o seu álbum mais virado para o pop, o Breakfast in America.
O disco deu origem a 4 singles (mais do que todos os outros discos juntos), Breakfast in America, Goodbye stranger, Take the long way home e o mega hit The Logical song. Em Março de 1979 embarcaram numa tourné de 10 meses, onde fizeram mais de 120 concertos e bateram todos os recordes, deixando o grupo exausto mas satisfeito. Esse sucesso foi imortalizado num concerto em Paris que foi depois lançado num duplo LP e que escalou também as tabelas de top internacionais.
As diferenças entre Hodgson e Davies começavam a acentuar-se e It’s Raining Again foi o último grande single da banda com estes dois criativos ao leme. Saiu um ano depois, em 1983, deixando Davies como o único líder criativo e a sua primeira decisão consistiu em abandonar o estilo pop que tinham adoptado e começado a experimentar outros estilos. Cannonball teve uma boa aceitação (continha solos de guitarra de David Gilmour dos Pink Floyd) mas o disco Free as a Bird foi alvo de bastantes críticas pelo excesso de música sintetizada.
Davies não queria tocar as músicas escritas por Hodgson (alguns dos maiores sucessos do grupo), mas teve que ceder à pressão do público que exigia ouvir elas nos concertos que davam. Ainda hoje isso acontece, sendo que Hodgson continua uma carreira a solo onde canta basicamente as canções que escreveu nos Supertramp. Apesar de algumas tentativas para uma reunião, Davies afasta isso completamente já que nunca mais quer tocar ao lado de Hodgson.
Gosto de todos os êxitos do grupo, habituei-me sempre a ouvi-los na rádio e ainda hoje o “it’s raining again” é um clássico para as primeiras chuvas do inverno.