Um dos meus títulos preferidos no Mega Drive, Street Fighter II foi dos poucos jogos de luta que me fazia jogar vezes sem conta. Um dos maiores sucessos da Capcom (até hoje é o que vendeu mais), conheceu inúmeras sequelas e até um filme de imagem real, e é considerado um dos melhores jogos de todos os tempos.
Street Fighter II saiu em 1991, produzido pela Capcom era a sequela do seu título de sucesso lançado em 1987, mas esta versão veio a ser muito mais popular do que a original e foi mesmo considerado um marco na história dos videojogos. Foi o responsável pelo reavivar das salas de máquinas Arcade nos anos 90, a sua máquina era das mais procuradas pelos jogadores e por isso quando saiu para as consolas de casa, tornou-se um dos jogos mais vendidos de sempre. Em 1995 estimava-se que os lucros entre as vendas dos cartuchos e as máquinas de Arcade ascendiam aos 2.3 Biliões de Dólares, provando a força desta franquia que provocou um boom em jogos de luta que começaram a aparecer nas diversas consolas de casa.
Mais de 25 Milhões de Americanos jogaram isto em casa ou nas salas de arcade, com muitos outros por todo o mundo a renderem-se a este grupo de lutadores de diversas nacionalidades que tentavam salvar o mundo dos planos malignos do vilão Bison. O conceito do jogo original mantinha-se, entrávamos em combates um contra um num ambiente fechado e numa melhor de três, tentando drenar a energia toda do nosso oponente com os nossos golpes. Em caso de empates fazia-se mais algumas rondas, e após cada três combates faziam-se uns mini jogos como destruir um automóvel ou uns barris.
A maior diferença deste jogo para outros (e a versão original) era de que podíamos escolher vários jogadores, cada um com a sua forma de lutar e golpes especiais, e esses golpes requeriam uma combinação de teclas no comando ou joystick que puxava pela habilidade do jogador.

No Mega Drive chegou-se a vender um comando de 6 botões para capitalizar esse aspecto do Street Fighter, o jogo teve a particularidade de ter mais do que uma versão para permitir a nós jogadores podermos escolher os maus que na primeira versão eram apenas os “boss” do jogo. Na Super Nintendo tornou-se um dos títulos mais importantes e em cada versão caprichava-se em capas estilosas para apelar aos coleccionadores.
Ryu e Ken mantinham-se como no primeiro Street Fighter, com os mesmos golpes e muito semelhantes, sendo só a diferença de um ser louro e outro moreno. Mas tínhamos mais oito jogadores por onde escolher (e na versão Champions mais os 4 vilões do videojogo).
Ryu era o Japonês vencedor do primeiro torneio (derrotando Sagat) e chama o seu companheiro Americano Ken para participar neste novo campeonato. Outro Americano era o membro das forças armadas Guile, que procurava derrotar o homem que havia matado o seu melhor amigo, uma razão semelhante à de Chun-Li, uma lutadora de artes marciais Chinesa que procurava vingar a morte do seu pai.
Zangief da Rússia e E.Honda do Japão entraram apenas para provar a superioridade do seu País e da sua forma de lutar, já Blanka era um pobre desgraçado Homem Besta do Brasil e Dhalsim era um mestre Yoga que procurava angariar dinheiro para a sua aldeia pobre na Índia. Na versão Champions (a que joguei) podíamos ainda escolher os 4 vilões, o lutador de boxe Balrog (um dos meus favoritos), o Espanhol Vega que era especializado no combate na jaula e fazia lembrar um pouco o Wolverine com a sua luva com garras, o vilão principal do primeiro Street Fighter Sagat, que tinha uma enorme cicatriz na cara depois da sua derrota contra Ryu e o vilão principal desta versão, M.Bison que utilizava uma espécie de poder mental.
Houve algumas diferenças de nomes entre a versão Japonesa e a Americana para evitar problemas de direitos de autores, em especial com Balrog que era copiado do conhecido lutador Mike Tyson e na versão Japonesa chamava-se Mike Bison. Esta segunda versão veio ter muito mais sucesso nos Estados Unidos do que a versão original, todos sabiam os golpes Hadouken ou Shoryuken e vibravam ao efectuá-los.
Recebeu 10/10 em muitas publicações, é até hoje considerado o jogo mais importante de luta e um que revolucionou o mercado. Pormenores como o da música, a cor nos cenários, os golpes especiais dos lutadores e até o de uma mulher lutadora como protagonista fizeram dele um grande título e um que era especialmente divertido de jogar entre amigos. Teve um filme no cinema e ainda hoje é referenciado em séries ou até mesmo séries de animação, tal o impacto que teve nos media e no público em geral.
Quem mais jogou isto? Não tive o jogo, mas um amigo meu tinha e emprestava-me vezes sem conta. Ele era tão viciado nele que o completava facilmente e tinha a sua Mega Drive cheia de autocolantes de Street Fighter.