É talvez um dos maiores símbolos da TV dos anos 80, a série do Barco do Amor tinha todos os clichés da altura e ao mesmo tempo um carisma que fazia com que fosse uma das mais populares do pequeno ecrã.
The Love Boat (O Barco do Amor) foi mais um programa com a marca de Aaron Spelling, um dos principais produtores que ajudou com que a ABC ficasse com a série e a transmitisse a partir de Setembro de 1977. Começou a tornar-se um caso sério de popularidade e em conjunto com a Ilha da Fantasia, tornou a noite de Sábado uma das mais proveitosas para a estação, estando no ar até 1987.
Era daquelas séries que parecia demorar uma eternidade, era uma hora que parecia quase uma tarde inteira para aqueles que a viam na RTP no começo dos anos 80. Por cá foi também um grande êxito sendo transmitida por diversas vezes na estação pública e agradando a várias gerações que sabiam cantarolar o genérico do programa de cor e salteado. No Brasil a Rede Globo chegou a transmitir em pleno horário nobre pelas 21 horas, sendo que a meio da década de 80 também foi passada no horário da tarde pela TV Bandeirantes.
O conceito da série revirava em torno de uma tripulação de um cruzeiro que ajudava os seus passageiros a terem a viagem da sua vida, e também a solucionarem os problemas que tinham, muitas vezes mostrados logo ao embarcar. O navio Pacific Princess era lindo e uma personagem de direito próprio, um barco imponente todo branco e que proporcionava a todos uma viagem espectacular e confortável.

A tripulação era constituída por:
Capitão Merrill Stubbing (Gavin MacLeod), extremamente simpático e apaziguador que tentava agradar a todos e controlar todos os problemas que iam surgindo
Dr Adam “Doc” Bricker (Bernie Kopell) era o médico do navio, e apesar de não ser nenhum adónis tinha alguma sorte junto das mulheres que embarcavam em cada episódio.
Isaac Washington (Ted Lange) era o Barman de serviço, um afro americano expressivo e carismático.
Julie McCoy (Lauren Tewes) era a directora de cruzeiro, uma jovem simpática e que adorava ver todos felizes e contentes.
Burt “Gopher” Smith (Fred Grandy) era o responsável de que tudo decorresse na normalidade, algo nem sempre possível neste navio.
Mais tarde tivemos ainda a filha do capitão Stubbing, um fotografo e a irmã de Julie que a substituiu nas duas últimas temporadas, mas que nunca tiveram muita aceitação por parte do público nem tinham o carisma da tripulação original. Era esse carisma que fazia com que voltássemos em cada episódio para ver o que acontecia, isso e o facto de aparecerem sempre actores que conhecíamos de outras séries a interpretar os passageiros daquele episódio.
Os episódios tinham algo original para o que estávamos habituados, cada um tinha cerca de 4 histórias individuais, intercaladas por algum acontecimento envolvendo a tripulação que unia um pouco todas as histórias. Em alguns casos, raros, as 4 histórias podiam ter alguma coisa a ver umas com as outras, mas por norma eram todas individuais e nada a ver umas com as outras.
Uma série doce e calma, típica da altura e que ainda hoje goza de alguma popularidade apesar de não ter envelhecido lá muito bem. O melhor para mim sempre foi o genérico, adorava ver os actores convidados a aparecerem com foto e o nome junto (ajudava a que reconhecesse logo quem era e a que série pertencia) e depois o elenco principal aparecia fazendo algo que o caracterizava na perfeição.