Volto ao mítico plantel do Sporting do começo dos anos 90, para falar de um avançado que caiu no goto de muitos Sportinguistas, apesar de não ter correspondido inteiramente às expectativas que se depositaram nele. Andrzej Juskowiak chegou com o rótulo de goleador, mas apesar da sua qualidade futebolística nunca explodiu verdadeiramente em Portugal.
Andrzej Mieczyslaw Juskowiak nasceu a 3 de Novembro de 1970 na Polónia, fez a formação no clube da sua terra natal e começou a dar nas vistas no Lech Poznian, onde marcou 43 golos em 85 jogos, sendo contratado por Sousa Cintra em 1992 para o plantel de Bobby Robson, juntando-se a nomes como Valckx ou Cherbakov. A sua integração no plantel foi adiada por causa dos Jogos Olímpicos de Barcelona, onde Jusko foi a figura de proa da selecção da Polónia que chegou à final de uma forma surpreendente perdendo depois com a anfitriã Espanha.
Foi o melhor goleador do evento, algo que deixou os Sportinguistas esperançados no que ai vinha, e ele estreou-se a marcar logo na 3ª jornada frente ao Famalicão na vitória do Sporting por 4-3, o primeiro dos 10 golos que marcou na sua primeira temporada de leão ao peito nos 29 jogos que efectuou. Quando Carlos Queirós pegou no plantel, nunca apostou muito no Polaco, foi quase sempre um suplente utilizado e foi assim que curiosamente atingiu a sua melhor marca no clube, com 13 golos marcados.
Foram portanto três épocas em Alvalade, num total de 87 jogos e 32 golos marcados, pouco para um goleador mas suficiente para apaixonar os adeptos que sempre simpatizaram com este avançado. Fez uma boa dupla com Cadete, numa altura que esse sim era o nosso goleador mas também pela ajuda que Jusko lhe dava, já que nunca se mostrou egoísta na frente do ataque. Obviamente que ambos beneficiaram de um plantel de qualidade que fazia com que fossem servidos por jogadores como Amuneke, Balakov ou Figo. Foi aliás através de um passe de Luís Figo que Juskowiak marcou o golo com o qual é recordado até os dias de hoje.
Um golo de bicicleta contra o boavista em Alvalade deixou todos ao rubro, numa altura em que fazíamos grandes jogos mas não fomos além de uma Taça de Portugal em 94/95. Juskowiak foi a grande figura na jornada da Uefa frente ao colosso Real Madrid, onde fomos superior aos Espanhois mas não seguimos em frente, em parte por causa de um falhanço com o avançado a rematar e a bola embater no poste e ficar a mercê de Sá Pinto que festejava o suposto golo e não foi assim capaz de a meter lá dentro.
Lógico que nada disto importaria muito não fosse o frango de Lemajic em Madrid, uma sina do clube nessas alturas em que o plantel era de qualidade menos na baliza. Eu era fã deste jogador, tive pena de nunca ter explodido mas foi em parte culpa de uma menor utilização da sua parte no plantel de Queirós. Era combativo, esforçado e apresentando alguma qualidade com a bola nos pés, foi perdendo espaço em Alvalade e foi emprestado aos Gregos do Olympiakos onde marcou 12 golos em 25 jogos, antes de ser vendido para a Alemanha onde prosseguiu a sua carreira longe do que tinha sido vaticinado para ele.
Ficou na memória pelo golo de bicicleta e também pelas únicas duas expulsões que teve no clube leonino, a primeira quando se fartou das cacetadas que levava de Fernando Couto e agredindo este com um pontapé, e a segunda quando sugeriu a um fiscal de linha para este usar óculos.


Alguma informação retirada de http://craqueseflopsleoninos.blogspot.pt/
1 Comment
Por acaso o Queiroz até apostou nele sim. Tanto em 93/94 como em 94/95. Deixou de apostar foi nas primeiras jornadas da 2ª volta de 94/95, pois o polaco desceu bastante de rendimento e já não marcava golos, tanto assim é que esteve várias jornadas de fora, só regressando a 3 jornadas do final. Nem jogou a final da Taça e nessa semana tinha apontado 2 golos pela seleção polaca. Mas gostava muito de Juskowiak, bom avançado, móvel, tecnicista, no entanto, era perdulário e parecia algo frágil psicologicamente.