Foi um dos melhores guarda redes de sempre e um dos desportistas mais importantes da década de 90. Peter Schmeichel será para sempre associado ao Manchester United, onde jogou grande parte da sua carreira, mas muitos Portugueses lembram-se dele como um dos responsáveis pelo fim do jejum leonino em conquista de campeonatos.
Peter Boleslaw Schmeichel nasceu a 18 de Novembro de 1963 na Dinamarca, chamou sempre a atenção pelo seu portentoso físico que impunha um respeito aos adversários, especialmente na posição de guarda redes. Nunca fugiu ao trabalho e mesmo quando começou a jogar pelo clube da sua terra em 1981, continuou a fazer parte do mais variado tipo de trabalhos, desde empregado de limpeza a activista ambiental.
Em 1987 assina pelo Brondby, mítico clube da Dinamarca que o fez começar a dedicar-se ao futebol a 100%. Por lá venceu quatro campeonatos em cinco anos, chegou à titularidade da selecçao do seu país e foi um componente essencial na excelente campanha do clube na taça Uefa de 1991, onde conseguiram chegar às meias finais.
As suas boas exibições chamaram a atenção de Alex Ferguson, que conseguiu o concurso por uma pechincha, já que o jogador era ainda relativamente um desconhecido na Europa. Na sua primeira temporada pelo Manchester United, terminou o campeonato em segundo lugar e venceu a primeira taça da liga da história do clube, mas foi com a selecção que atingiu o sucesso, vencendo o Euro 92 numa equipa que deixou o seu nome no historial do futebol Internacional. Defendeu tudo o que havia para defender e ainda um pouco mais, ficou na memória o penalty que defendeu de Van Basten na meia final e a defesa só com uma mão na final.

As defesas só com uma mão tornaram-se como que uma imagem de marca de Schmeichel, isso e a sua voz de comando e explosões dentro da pequena área em direcção dos seus companheiros de equipa. Junto com uma equipa coesa, ajudou a escrever das melhores páginas da história do Manchester United, nos oito anos que foi o guardião das redes de Old Trafford conquistou 5 campeonatos, três taças de Inglaterra, uma taça da liga e uma Champions League.
Foi eleito o melhor guarda redes do mundo em 1992 e 93, a sua energia e coragem na pequena área davam azo a grandes momentos de futebol, assim como a sua subida até a grande área adversária nos pontapés de canto para ajudar a sua equipa. Isso originou um dos melhores momentos na final da Champions League, quando o Manchester estava a perder com o Bayern de Munique, e nos minutos finais a sua subida baralhou a defesa dos Alemães possibilitando o golo de Teddy Sheringham e posteriormente o de Solskjaer que deu a vitória aos Ingleses.
O seu temperamento levou a situações caricatas, chegou a ser acusado de racismo numa discussão que teve com Ian Wright e foi “despedido” por Alex Ferguson após uma troca de palavras bastante venenosa entre os dois. Ferguson voltou atrás depois de ter surpreendido Schmeichel a pedir desculpa aos seus companheiros pela forma como se tinha dirigido ao seu treinador.
Não beliscou a relação entre os dois e continuaram a vencer títulos e a deixar que o guardião Dinamarquês saísse pela porta grande de Manchester.

Com 36 anos e achando que não podia continuar ao melhor nível no exigente calendário da Premier League (com mais de 60 jogos), o gigante irascível foi seduzido pelo sol de Portugal, o calendário menos exigente e a ambição de um clube grande que procurava acabar com o jejum que mantinha na conquista de campeonatos nacionais, algo que lhes escapava há já 18 anos.
Pareceu um sonho a sua chegada ao Sporting Clube de Portugal, que durante anos teve sempre na baliza uma das suas maiores lacunas e uma das razões para que não chegassem ao fim como vencedores. Em 1999/2000 foi um dos maiores activos na equipa que ganhou o campeonato, apesar de ter tido também alguns momentos menos felizes e na sua estadia ter também tido alguns confrontos com os seus companheiros. Ficaram na memória os seus gritos contra Rui Jorge e as reacções do mesmo a esses gritos.
Em 2001 acabou por se retirar da selecção da Dinamarca, e também a sair do Sporting depois de uma época em que o clube não correspondeu às expectativas. Depois de ter marcado um golo pela sua selecção, fez o gosto ao pé na Premier League quando assinou pelo Aston Villa em 2001, fazendo uma bela época o que fez com que assinasse pelo Manchester City e ter terminado aí a sua carreira.
Um dos melhores de sempre na sua posição e uma figura que deixa saudades por todos os clubes por onde passou, sendo uma personalidade muito querida quer na Inglaterra quer em Portugal.
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Foi muito importante em 99/00, apesar de não ter começado bem. Com ele, voltámos a ser campeões: mas em 2000/01 esteve bastante mal, sendo culpado em alguns golos sofridos, sendo que até o Nélson nesta época esteve melhor na baliza do que ele.