O Superpato foi uma daquelas personagens que tinha tudo para vencer, se já gostávamos do Pato Donald como perdedor, iríamos adorar ver um alter ego vencedor, e assim foi, tornando-se o herói das revistas Disney com maior sucesso, sendo publicado ainda nos dias de hoje.
A dupla Guido Martina (História) e Giovan Battista Carpi (Desenho), decidiu criar este alter ego para o Pato Donald, depois de receberem inúmeras cartas de crianças a reclamarem do facto dele ser quase sempre um perdedor. Escolheram o nome Paperinik, juntando os nomes do Diabolick (um super herói de sucesso) e Paperino que é o nome do Donald em italiano.
Foi publicado pela primeira vez em Junho de 1969, numa história em duas partes que mostravam o Donald a receber os papeis para uma mansão abandonada, que veio a descobrir pertencer a Fantomius, um conhecido justiceiro do início do Século XX. Pedindo ajuda ao Professor Pardal, decide depois começar primeiro por se vingar do seu primo Gastão e do seu Tio Patinhas pela forma como o tratavam, ajudando a corrigir algumas situações, como quando o mandam prender e este como Superpato se liberta, entra na casa assombrada e prova a todos que Patinhas tratava mal o seu sobrinho.
Armado com um cinto de utilidades cheio de invenções do Pardal, e umas botas especiais, a confiança de Donald crescia quando vestia o fato do Superpato. Ele demonstrava até mais inteligência, sagacidade e habilidade do que na sua versão normal, algo que ajudava a diferenciar as duas personagens e ao sucesso de ambas.
Começou as suas primeiras aventuras mais como vingador, por vezes recorrendo a métodos ilícitos e ilegais para se vingar do seu tio, algo que foi se atenuando com o tempo e este começou a actuar mais como um herói. Muitas vezes quase um super herói, enfrentando bandidos como os Irmãos Metralha de uma forma algo intensa para o que estávamos habituados nas revistas Disney.
O Superpato também fez sucesso no Brasil, começando a ter aventuras criadas por artistas Brasileiros, também elas de grande qualidade. Fui fã tanto das histórias Italianas como das Brasileiras, adorava os pormenores como o elevador secreto que o levava da sala para uma quase Pato Caverna, onde ele tinha todas as coisas do Superpato e se vestia, de como disfarçava dizendo sempre aos sobrinhos que ia dormir e descansar, com estes muitas vezes a reclamar do tio malandro e molengão que tinham.
Como disse muitas histórias envolviam o Gastão e o Patinhas, algumas bem engraçadas com estes a darem-se mal quando numa história normal isso não aconteceria. Exactamente o oposto, e isso era bem refrescante, especialmente as manobras milaborantes que o Superpato arranjava para dar cabo dos planos daqueles dois.
Os Italianos nunca desistiram da personagem e fizeram várias tentativas de regressar com a mesma, nos anos 90 foi elaborado um visual mais sombrio, influenciado pelos super heróis norte Americanos e com um tipo de história e arte quase mais adulto e com uma forte componente de ficção científica que foi publicado até o começo do Século XXI