A dada altura encontrei no meu videoclube umas k7’s com uns filmes do Hulk, vim mais tarde a descobrir que afinal eram ligados a uma série de Televisão do herói da Marvel. Não sei se a série do Incrível Hulk passou na RTP, mas para além dessas k7’s consegui ver a série recentemente num canal da tv cabo.
Stan Lee e Jack Kirby criaram a personagem do Incrível Hulk em 1962, numa mistura de Frankestein, O médico e o monstro e até a bela e o monstro, mexendo ainda com o medo da energia nuclear e os receios da guerra fria. Não foi por isso de estranhar que as estações televisivas se mostrassem interessadas na personagem, e um produtor da Universal acabou por adquirir os direitos para produzir algo para o pequeno ecrã.
Frank Price chamou então o escritor Kenneth Johnson, que aceitou o projecto mas não sem antes saber que podia ter liberdade para mudar algumas coisas. A primeira mudança veio logo no nome do herói, fugindo do Bruce Banner, não se soube bem as razões e os boatos foram muitos, alguns dizem que foi para fugir dessa mania da BD de colocar nomes e apelidos com as mesmas iniciais, outros que foi para fugir de uma conotação menos máscula que o nome Bruce tinha.
O nome virou então David Banner, mudando também o acidente que deu origem ao herói (agora um acidente de laboratório, mas na mesma com raios gama) e deu-se foco ao lado solitário e nómada da personagem, não aparecendo nenhum do elenco de apoio da BD e focando mais na vida fugitivo, um pouco como tantas séries que estavam na moda nessa altura. Ele chegava a uma cidade, ajudava alguém e saía dessa cidade no final do episódio, sempre sozinho e ao som de uma música que ficou na memória de muitos que assistiram a este programa.
A escolha do actor principal recaiu em Bill Bixby, uma segunda escolha já que os produtores tinham pensado em Larry Hagman mas achavam que as pessoas ainda pensavam nele como Major Nelson, que ia recusando o papel mas voltou atrás devido aos valores apresentados pela produtora. Bixby deu alguma toada dramática à coisa, isto numa série que sabia apresentar os mais variados tipos de problema, não sendo apenas um programa juvenil com um herói à pancada.
Para o papel do Golias verde, foram vários os nomes pensados para o efeito, todos muito musculados e presenças constantes em campeonatos de culturismo, tendo sido Lou Ferrigno o escolhido, devido ao seu físico impressionante de Mr. Universo. Ferrigno não aparecia muito em cada episódio, mas para ele ficar ali todo verde e com aquela cabeleira verde toda despenteada fazia com que perdesse três horas na maquilhagem, começando logo às cinco da manhã.
A personagem mais constante da série era o fotógrafo de tablóide Jack McGee, que queria descobrir e apanhar este fugitivo e expor o seu segredo. Quando vi a série não evitei em pensar em séries como o Fugitivo ou o Pequeno Vagabundo, devido às semelhanças que todas elas tinham. Foram depois produzidos uns telefilmes, quando mudou para a NBC e que ajudavam a introduzir novos heróis da Marvel, tentando testar a receptividade para novas séries ou filmes.
Foram produzidas cinco temporadas de 1978 a 1982, num total de 82 episódios que foram originalmente apresentados pela CBS, passando depois para a NBC. No Brasil passou com grande sucesso na Rede Globo e na Rede Manchete. Quem viu isto?