Voltar ao mundo mágico de Fórmula 1, para relembrar um dos maiores de sempre, também ele protagonista de uma era mágica desse desporto automóvel. Alain Prost foi tetracampeão mundial, protagonizou com Senna uma das rivalidades mais interessantes de sempre e continua até hoje a ser considerado um dos melhores pilotos de todos os tempos.
Alain Marie Pascal Prost nasceu a 24 de Fevereiro na França, começando desde cedo a conquistar vitórias nas competições de karts, decidindo deixar a escola em 1974 para se dedicar a tempo inteiro às corridas. Em 1980 entra no mundo da Fórmula 1 assinando pela McLaren, depois de ter ganho tanto o campeonato Francês como o Europeu de Fórmula 3.
Na corrida de estreia, em Buenos Aires, conseguiu logo um sexto lugar, fazendo parte de um grupo restrito de novatos que conseguiram isso na primeira corrida. Conquistou ainda mais quatro pontos, tendo assim uma época acima das expectativas e a augurar um belo futuro no desporto. Apesar disso tudo, foram vários os acidentes e as dificuldades, com a existência de algum mau ambiente entre a equipa e o piloto, levando à saída para a Renault apesar de ainda ter dois anos de contrato.
Em 1981 ficou então com o veterano René Arnoux ao seu lado, existindo boatos de que havia problemas entre os dois, especialmente quando Prost começou a ser mais rápido que o seu companheiro e conseguiu logo uma vitória no grande prémio de França, depois de um começo algo atribulado, entre a conquista de pontos e o abandono por acidentes.
Prost começou a adoptar outra filosofia no paddock, proferindo a célebre frase “Before, you thought you could do it, now you know you can.” A relação com a imprensa não era a melhor, assim como com o seu parceiro, mas o talento transparecia nas pistas onde corria, e apesar de não ter conseguido terminar algumas corridas devido a acidentes, acabou a época em quarto lugar no mundial de pilotos.
Em 1983 começava a reclamar da falta de ambição da Renault, do carro não ser competitivo o suficiente e de assim não ter conseguido ir além do segundo lugar no final da época. A equipa culpava o Francês, que acusavam deixar Piquet e a Brabham conquistar os primeiros lugares da competição.
Quando Ron Dennis pegou na McLaren, juntou então o francês ao bi-campeão Niki Lauda, para o qual perdeu o campeonato por apenas meio ponto, com a última corrida a acontecer em Portugal. As suas sete vitórias em 84 igualaram o recorde de Jim Clark de 1963, e na temporada seguinte sagrou-se finalmente campeão, sendo o primeiro francês a atingir esse feito.
Isso levou a outro conflito com a imprensa, com Prost a ficar arreliado quando os jornalistas franceses interpretavam isto como uma vitória da França, e ele fazia questão de os fazer ver que tudo na equipa onde ele corria era de outros países, e ele era apenas a única ligação a França nessa equipa.

Depois da retirada de Lauda, o novo parceiro de Prost foi Keke Rosberg (campeão em 82), e ajudou a uma defesa de título bem sucedida por Prost, isto apesar da luta renhida dada pela Williams, equipada por motores Honda e com uma dupla de pilotos agressiva, constituída por Nelson Piquet e Nigel Mansell.
Duas corridas foram fundamentais para isso, uma em que ia ficando sem gasolina (em San Marino), e começou a guinar freneticamente o seu carro para aproveitar as últimas gotas que tivessem ainda no seu tanque de combustível, conseguindo assim terminar a corrida, e a outra beneficiando de um acidente de Mansell que fez com que Piquet também tivesse que ir às boxes e assim deixar o francês sozinho para os pontos.
Com um novato ao seu lado, Prost teve algumas dificuldades na temporada de 1987, mas contente com a vitória que obteve na corrida do Brasil, onde começou em sexto lugar mas devido às opções técnicas que tomou, conseguiu acabar no 1º lugar. Essa temporada Prost ficou num atípico 4º lugar, atrás de Piquet, Mansell e o piloto da Lotus, Ayrton Senna.
Apesar da vitória da Williams, a Honda decidiu retirar os seus motores da escuderia, e acabou por entregar à McLaren, muito por causa da contratação de Dennis para a temporada de 1988, a do Brasileiro Ayrton Senna. Essa contratação tinha sido recomendada pelo próprio Prost, Começou aí uma rivalidade fantástica, que ia levar ambos a corridas e feitos fantásticos, ajudando a que a McLaren se tornasse também uma das maiores forças de sempre da história da fórmula 1.
Senna foi o campeão nesse campeonato, tendo mais uma vitória que Prost e apenas por isso, já que o francês tinha até mais pontos. A equipa provou a sua hegemonia vencendo 15 das 16 corridas desse ano, um feito inacreditável do qual os motores Honda foram peça fundamental.
No final da década de 80 já a admiração mútua entre os dois companheiros de equipa, passou a uma guerra cheio de ódio, com o Francês a acusar o Brasileiro de uma conduta perigosa na pista, e de que era beneficiado na McLaren em detrimento dele. Prost exemplificou com o facto de que a dada altura tinha um carro com 4 mecânicos enquanto que o seu parceiro tinha dois carros e 20 pessoas ao seu redor.
Apesar de algumas coisas evidentes, Prost beneficiou de Senna ter sido suspenso e conquistou assim o seu campeonato.indo depois para a Ferrari com o seu número 1, encontrando Mansell como seu parceiro, algo que durou apenas uma temporada com o britânico a sair da equipa acusando o francês das mesmas coisas que Prost tinha acusado o Brasileiro noutra temporada.
Com mais um acidente envolvendo Senna e Prost, a vitória final desta feita foi para o Brasileiro, com Prost a terminar sete pontos atrás. Na temporada seguinte, e com Alesi como seu parceiro, Prost viu mais uma vez uma equipa a não conseguir ser tão competitiva como os seus adversários directos, com a Williams e a McLaren a terem muito melhor desempenho nas corridas desse ano.
No começo dos anos 90 assinou pela Williams, mas não ficou por muito tempo, terminando assim uma carreira brilhante, apesar de ter continuado sempre ligado a este mundo, chegando inclusive a voltar como dono de uma equipa.
A rivalidade com Senna já foi aqui abordada, e foi uma das coisas que mais marcou a sua carreira, isso e ter conseguido quase sempre mais pontos que os seus parceiros, muitos deles campeões mundiais.
