Nos anos 80 passei pela febre de alugar todos os filmes de terror que encontrasse, e quando vi o Pesadelo em Elm Street fiquei completamente fã da personagem principal. Freddy Krueger não se limitava a matar, aterrorizava de tal modo que nem nos atrevíamos a dormir, afinal seria nos sonhos que corríamos o risco de o encontrar.
Freddy Krueger foi criado como o antagonista principal do filme Pesadelo em Elm Street de Wes Craven, lançado em 1984 e com Robert Englund a vestir a pele deste assassino desfigurado. O que me agradou mais na personagem, era a de não ser apenas mais um assassino em massa como começava a ser comum nos filmes de terror da década de 80, este tinha o lado sobrenatural de aparecer nos sonhos e ser quase invencível lá, sendo apenas vulnerável quando era puxado para o mundo real.
A sua luva com garras afiadas chamava a atenção, naquela personagem de rosto queimado e desfigurado, apesar de ter sempre um sorriso sacana, vestido com uma camisola às riscas verdes e vermelhas e um chapéu castanho. Apesar de poder ser considerado um fantasma, raramente é encarado dessa forma, e sim mais como um demónio, apesar de ser claramente um humano há muito falecido.
Frederick Charles Krueger, nasceu em Springwood, Ohio a 3 de Setembro de 1942, filho da freira Amanda Krueger que foi trancada junto com cem internos por dias, sendo violada por eles, num manicómio da rua Elm. Colocado num orfanato, Freddy foi adoptado por um velho alcoviteiro, Sr. Underwood, que viu utilidade no menino como atracção de bêbados curiosos na pequena e imunda rua Elm, repleta de prostitutas e drogados. O jovem apanhava constantemente do padrasto, que o tratava como um nada, tirando sangue e deixando-o cheio de marcas roxas pelo corpo. Um dia o rapaz mata Underwood com uma lâmina – a mesma que Freddy usava para se cortar, devido ao abuso do padrasto e dos colegas, ficando depois na cidade como um vagabundo.
Depois de casar e ter uma filha, começou a ganhar o gosto de matar crianças, atraindo elas com um carrinho de gelados e matando-as na sala da caldeira onde trabalhava, muitas vezes depois de as torturar, sendo um dos seus instrumentos preferidos uma luva com lâminas muito afiadas nos dedos.
A sua mulher descobre tudo, fazendo com que ele a matasse à frente da sua filha, que o denuncia à polícia que o prende mas acaba por ter que o soltar. Freddy decidiu que era hora de deixar a cidade e procurar novas presas, mas os moradores furiosos, conduzidos pelo tenente Thompson e sua esposa Marge, haviam decidido se vingar do cruel assassino. Colocaram gasolina no local onde Freddy passava suas noites e colocaram fogo, durante o fogo, Freddy invocou os demónios dos sonhos, três cobras voadoras que tem o poder de tornar real os pesadelos das vítimas. Freddy pediu imortalidade. Em troca iria ser o maior assassino dos pesadelos.
Nos filmes aparece nos sonhos dos adolescentes da rua Elm, e se os conseguisse matar nos sonhos eles morreriam também na vida real. No segundo filme chega a possuir um adolescente, para que pudesse matar no mundo real também, no terceiro ele volta aos sonhos, apesar de parecer que é finalmente derrotado nesse final, acabando por ressuscitar no quarto filme quando alguém começa a sonhar com ele.
Saíram 5 filmes na década de 80, com um sexto a sair em 1991, sempre com Englund a encarnar a personagem. Aliás o actor até na TV fez esse papel, e voltou no Século XXI ao cinema, nuns filmes onde enfrenta outra personagem de terror, o Jason. O actor conseguia dar um ar sacana a Freddy que casava completamente com a personagem, muitas vezes sendo porco e chauvinista para além de ser bastante sádico.
O impacto na cultura popular é muito, sendo mencionado em inúmeros filmes ou séries, e chegando a aparecer em videojogos como o Mortal Kombat.