Paulinho Santos ficou mais conhecido pelo seu temperamento irascível do que propriamente pelo seu talento futebolístico, mas não se pode negar que foi uma peça fundamental no plantel Portista que dominou o futebol nacional na década de 90.
João Paulo Maio dos Santos nasceu a 21 de Novembro de 1970 em Vila do Conde, começando a dar os primeiros passos futebolísticos no clube da sua terra, o Rio Ave, onde se estreou de forma profissional em 1988, ficando por lá até 1992, altura em que assinou pelo FC Porto. Nas antas ficou por mais de uma década, tornando-se um dos cinco jogadores que ajudou o clube a vencer o campeonato nacional por cinco vezes consecutivas.
Actuava na zona do meio campo, sendo um trinco agressivo que defendia o último reduto da sua equipa com unhas, dentes e pitons, mas a dada altura da sua carreira começou a jogar como lateral esquerdo, sendo proeminente na selecção nacional no Euro 96. Dono de um pontapé forte, marcou alguns golos dessa forma, mas foram as suas entradas mais duras que o deixaram na história do nosso futebol, em especial o duelo com João Vieira Pinto.
Chegaram a ser expulsos em conjunto e tudo, em batalhas que começaram em 1994 e que só tiveram uma pequena trégua em 96 (devido ao estágio da selecção), com António Oliveira a obrigá-los a fazer as pazes e a dormirem no mesmo quarto. Em 1998 Paulinho deu uma cotovelada tão forte que o jogador do Benfica andou um mês com o maxilar partido, mas quando foi a despedida de Paulinho Santos dos relvados em 2003, João Vieira Pinto (na altura no Sporting) troca de camisola com o seu eterno rival.
Num jogo com o Sporting, não me esqueço de o ver simular falta e depois de queimar tempo deitado no chão e enquanto era levado numa maca, levanta o polegar em ar de gozo. Era muito típico dele, e agora só resta esperar que não ensine esses truques aos mais novos, que treinam sobre a sua alçada no Porto. Um jogador que Bobby Robson elogiava mas que dizia que nos treinos se irritava quando começava com as faltas e gritava “Stupid Paulinho”.