V a batalha final foi uma das séries que mais me marcou na juventude, com várias cenas que ficaram gravadas para sempre na nossa memória. Quem não se lembra do horror que foi quando vimos a Diana a comer um rato?
V foi criada por Kenneth Johnson, que escreveu e realizou os 2 episódios da mini série original, e que se tornaram um sucesso estrondoso e são conhecidos como os primeiros a começar o género de ficção científica de “visitantes entre nós que tentam conquistar a Terra”. A mini foi lançada em 1983, e o sucesso foi tanto, que no ano seguinte surgiu mais uma mini-série (esta com 3 episódios) e uma série semanal com 19 episódios. Ambas foram feitas sem a colaboração de Johnson (que discordava da forma como a NBC queria fazer a história), e apesar de Batalha final, nome dado a essa segunda mini, ter tido bastante sucesso, a série foi um fracasso e bastante criticada.
Por cá sei que as duas mini-séries foram transmitidas pela RTP, mas não tenho a certeza em relação aos outros 19 episódios. Mas lembro-me de seguir isto com atenção nos finais de tarde de fim de semana, entre 1986-87 presumo, e de vibrar bastante com os meus amigos com aqueles “lagartos” mascarados de humanos. Quando vi isso pela primeira vez, fiquei fascinado e faz parte das três cenas que mais me marcaram, em conjunto com a Diana a comer um rato (algo que visto hoje em dia dá dó de tão falso que parece) e a do parto que viu nascer um híbrido, fruto da relação entre uma humana e um “lagarto”.
Uma raça de extraterrestres com aparência humanóide chega ao nosso planeta, dizendo vir em paz e que em troca de minerais, e outros elementos que diziam necessitar para salvar o seu planeta, eles partilhariam connosco a sua tecnologia avançada. Os governos do nosso planeta concordam e começam a colaborar com os dois principais responsáveis entre os visitantes, Diana (Jane Badler) e John (Richard Herd).
Começam então a desaparecer alguns cientistas humanos, enquanto que outros são perseguidos e desacreditados pelos media, evitando que qualquer teoria ou opinião negativa relativamente aos visitantes chegasse ao resto da população. Esta continuaria crente na boa fé dos aliens e enquanto que uns são controlados mentalmente, outros juntam-se atraídos pelo poder. O jornalista Mike Donovan (Marc Singer) consegue provas que iram expor os visitantes, mas estes conseguem impedir que estas fossem transmitidas e fazem com que ele seja acusado como traidor e perseguido pela polícia. Donovan junta-se a um movimento, conhecido como a Resistencia, e com a ajuda de uma das líderes, Julie Parrish (Faye Grant) e dissidentes entre os visitantes começa a lutar para libertar a Terra destes invasores.
Mas no último episódio vemos como os visitantes controlam quase por completo o nosso planeta, e com a resistência a enviar uma mensagem de ajuda para o espaço, para ver se outras raças nos podem ajudar na luta contra os invasores. Na Batalha final a história centra-se mais no combate entre as duas raças, com destaque para a “Quinta coluna”, que se tratava dos visitantes que não concordavam com os planos para dominar o nosso planeta.
Finalmente consegue-se mostrar a todo o mundo a verdadeira face dos visitantes,e a luta começa a subir de intensidade, com traidores nas duas raças a tornarem as coisas mais complicadas. Começam a existir relações entre as duas raças, o que dá origem ao nascimento de duas crianças mutantes. Tudo termina com a frota de visitantes a abandonar o nosso planeta, ficando Diana e pouco mais para trás, e é por aí que a série semanal tenta seguir a história.
Não a tendo visto, não posso opinar muito sobre ela, e sobre o remake feito recentemente falarei noutro post. O impacto das duas primeiras mini-séries são o suficiente, desde o facto de abordar os visitantes disfarçados até a alegoria Nazi sempre presente. O símbolo e uniforme deles fazia lembrar os da SS, para além da perseguição que fizeram a quem lhes tentava fazer frente. Quem mais se lembra disto tudo?