Foi uma das bandas que marcou o panorama musical nacional na década de 80, tanto pela mistura de estilos que apresentava nas suas músicas, como pela qualidade de algumas das suas letras. Os Sétima Legião marcaram uma época, e por isso mesmo ocupam um lugar de destaque na história da música portuguesa.
Foi em 1982, que Rodrigo Leão (baixo e teclas), Nuno Cruz (bateria) e Pedro Oliveira (voz e guitarra) começaram a ensaiar na Avenida de Roma, concorrendo à grande noite do Rock pouco tempo depois, conseguindo alcançar o segundo lugar. Escolheram o nome de Sétima Legião (o nome da legião Romana que veio à Lusitânia), e apresentavam-se misturando o respeito pelas raízes nacionais com o gosto que tinham pelo rock inglês, chegando até a apresentar algumas influências celtas nas suas músicas.
Paulo Marinho (gaita de foles) e Susana Lopes (violoncelo) juntaram-se pouco tempo depois, e a banda acaba por assinar contrato com a Fundação Atlântica (de Pedro Ayres Magalhães, Miguel Esteves Cardoso e Ricardo Camacho), lançando o single “Glória” em 1983, uma canção com letra de Miguel Esteves Cardoso, que apesar de ter tido elogios por parte dos críticos, passou um pouco despercebida ao grande público.
Em 1984 sai o primeiro disco, “A um Deus desconhecido”, que se torna um dos mais importantes para a história da música nacional. A banda sofre as primeiras mudanças, com a saída de Susana e a entrada de Ricardo Camacho, que fica encarregue dos teclados. Isto porque Rodrigo Leão começava então o projecto dos Madredeus, e nem sempre tinha o tempo necessário para o grupo.
É em 1987 que a banda começa a ter maior sucesso, muito por culpa do single Sete Mares, um dos temas principais do álbum Mar D’Outubro, que chegou a atingir o galardão disco de prata. O grupo começa então a aparecer mais na rádio e na televisão, percorrendo também o país com os seus concertos.
Um novo disco, “De um tempo ausente”, sai em 1989, com colaborações de artistas como Flak, Luís Represas, Pedro Ayres Magalhães ou Teresa Salgueiro, o álbum torna-se um sucesso de vendas, com os singles “Porto Santo” e “Por quem não esqueci” a serem tocadas regularmente nas rádios e a tornarem-se marcos da música nacional.
Os Sétima Legião começavam a ser um nome habitual para os fãs de música portuguesa, e a aparecerem em grandes eventos como Portugal ao Vivo ou Filhos da Madrugada. para além de terem concertos que acabaram por se tornar míticos, como uma actuação que tiveram no Pavilhão Carlos Lopes.
A banda vai perdendo algum fôlego nos anos 90, com os discos de 1992 e 1992 (“o Fogo” e “o auto da fé”) a não terem grande sucesso nem muita aceitação por parte do público. A meio da década Rodrigo Leão acaba mesmo por sair, sendo substituído por Lúcio Vieira, e decide arriscar no álbum seguinte, “Sexto sentido”, entrando por um estilo mais electrónico que acabou por afastar os fãs do grupo, apesar de ter recebido boas críticas.
No Século XXI acabam por editar só colectâneas de best of, reunindo-se em 2012 para uma série de concertos, mostrando que ainda são um nome importante na música em Portugal. Quem era fã?