Já aqui falei da novela Tieta, e hoje relembro aquela que é uma das personagens mais marcantes da história, a sua irmã Perpétua. Todos amavam odiar esta vilã, e tudo tentava adivinhar o que é que ela tinha numa caixa branca, que escondia no seu quarto.
O canal Globo está a repetir a novela neste momento em Portugal, e é um prazer rever a qualidade do texto, dos diálogos e das interpretações dos actores nela. Um dos grandes destaques é sem sombra de dúvida a actuação de Joana Fomm, que dava vida à irmã de Tieta, e que era o oposto da sua mana.
Sempre vestida toda de preto, por luto pelo seu marido falecido, Perpétua era uma daquelas típicas beatas de novela, uma falsa cristã que não tinha caridade para com os outros, e até tinha prazer em vê-los sofrer. Adorava espezinhar quem estivesse em baixo, pegava nos defeitos ou medo das outras pessoas e explorava isso a seu favor.
Era malvada mas rendia muitos momentos de humor, a actriz sabia mostrar também o lado humano da personagem, com sentimentos como a inveja, como fugia aos ensinamentos da igreja cometendo pecados como o da gula, ou quando mostrava amor e preocupação para com os seus filhos.
Era essa humanidade que fazia com que a odiássemos, mas ao mesmo tempo nos divertíssemos com as suas cenas. Depois existia o mistério sobre o que é que existia na caixa branca que escondia, uma caixa com a qual ela falava e desabafava várias vezes ao longo da trama, e que apesar das suspeitas, só no final descobrimos, ou percebíamos pela reacção dos outros, que se tratava do orgão genital do seu falecido esposo.
Um dos melhores momentos, é quando finge estar cega, enganando tudo e todos. Outro momento marcante, é quando arrancam a sua peruca, mostrando a todos a fragilidade daquela que era apenas mais um ser humano, mas que o medo que provocava, fazia ver de outra forma. Quem mais era fã?