Falo destes dois jogadores, porque eles foram quase um 2 em 1, fosse no Boavista, no Benfica ou até mesmo na selecção. Fazem parte daqueles futebolistas que apesar de não serem brilhantes, tiveram uma carreira com alguns bons momentos.
José Fernando Gomes Tavares nasceu a 25 de Abril de 1965 em Oliveira do Douro, enquanto que Manuel António Couto Guimarães nasceu a 25 de Agosto de 1967 no Porto, o primeiro ficando conhecido no mundo do futebol como Tavares, e o segundo como Nelo. O primeiro começou a carreira no clube da sua terra, antes de alinhar pelo Infesta em 1988, onde jogou durante duas temporadas e fez parte do plantel que subiu o clube até à 2ª divisão B.
Chamou a atenção do F.C. Porto e assinou pelos dragões em 1990, onde ficou por duas épocas, nunca tendo vingado na equipa principal, tapado por alguns jogadores e também apoquentado por lesões num joelho, que fizeram com que abandonasse as antas e fosse alinhar pelo Boavista. Aí fez parte do Boavistão de Manuel José, do qual faziam parte jogadores como Paulo Sousa, Sanchéz, Marlon, Artur, Ricky, Caetano, Venânco e Nelo entre outros.
Sendo bastante alto, chamava sempre a atenção dentro de campo,e fazia disto a sua principal arma. Jogou como médio centro e defesa central, chegando a marcar alguns golos importantes no Bessa, ajudando a conquistar taças de Portugal e pontos preciosos, e acabou por assinar pelo Benfica corria o ano de 1994, em mais um negócio que o Major Valentim Loureiro enviava dois jogadores para a Luz, e o que acompanhou Tavares, foi Nelo.

Nelo era um defesa esquerdo, que tinha começado a sua carreira no Boavista em 1986, tendo sido emprestado no começo a clubes como o Felgueiras ou o Farense, só retornando aos axadrezados em 1990, onde começou a jogar regularmente.
Não primava pela técnica, mas era conhecido por ter um pontapé forte, especialmente em livres directos, chegando a marcar alguns golos importantes para o clube. Chamava a atenção por já começar a ficar careca, mas ainda assim ostentar uma enorme guedelha, algo comum nessa altura. Por alguma razão Artur Jorge decidiu contratar esta dupla para o Benfica de 1994/94, depois destes terem sido campeões com Toni, mas depois também pouco apostou neles, mais uma incoerência numa época desastrosa nos encarnados.
Mesmo assim Nelo jogou 23 jogos, e assim como o seu parceiro Tavares, chegou a alinhar alguns jogos na Liga dos Campeões, onde diziam que tinham alguns companheiros de equipa, como Caniggia, que só davam o litro nessa competição. Fazendo parte de uma época atípica para o clube da luz, voltaram os dois juntos para o Bessa, um alegando problemas familiares, e o Nelo recusando ser emprestado ao Belenenses.
No Boavista voltaram a ser felizes, vencendo uma Taça de Portugal com Mário Reis como treinador, curiosamente contra o Benfica, que era comandado por Manuel José. A verdade é que foi sempre no Bessa que foram felizes, vencendo Supertaças contra o Porto, Taças contra o Benfica (perdendo uma , para o mesmo Benfica, que contou com um Futre endiabrado para conseguir essa vitória), e fazendo alguns colossos europeus suar nos confrontos que tiveram para as competições da UEFA.
A idade, e algumas lesões, fez com que ficassem duas temporadas no Boavista, antes de continuarem a sua carreira noutros clubes. Tavares alinhou ainda por União Leiria, Paços Ferreira e Infesta, enquanto que Nelo foi para o Rio Ave e alinhou ainda pelo Fafe, Moreirense e outros de divisões inferiores.
Na selecção nacional, Nelo fez 11 jogos, enquanto Tavares foi um dos escolhidos para alinhar no Euro 96, sendo titular em alguns desses encontros. Já retirados dos relvados, foram de novo companheiros no Boavista, onde treinaram juntos as camadas jovens do clube, transmitindo assim um pouco da mística do clube para os mais novos.
1 Comment
" Não primava pela técnica " Só quem nunca viu o Nelo jogar pode dizer isto.
O Nelo foi um dos laterais com mais qualidade de sempre,não jogou foi na sua posição de origem (estremo) porque julgo ter sido o Alves que se lembrou de o colocar a defesa. Tinha uma técnica e velocidade muito acima da média, muito parecido com o Paulo Futre na sua forma de driblar e simular, puxando o braço bem atrás, iluindo o adversário.