No começo dos anos 90, a RTP2 transmitia alguns desenhos animados no começo da tarde, diferentes do que estávamos habituados e cheios de acção e aventura. Os Centurions faziam parte desse lote, transmitidos às quintas-feiras, e que mostrava uma equipa de três heróis, cada um com a sua especialidade, a proteger a terra de um terrível vilão.
Eu era um fã da série Captain Power and the Soldiers of the Futre, e por isso apaixonei-me por estes desenhos animados que tinham muita coisa em semelhante. Ambos enfrentavam ciborgues, usavam armaduras e cada um tinha a sua especialidade, para além de usarem gritos de guerra muito parecidos. Na série era “Power On!“, aqui era “Power Extreme“, que surgia quando se transformavam, quando o armamento necessário era acoplado aos seus exoesqueletos.
Ted Pedersen criou todo o conceito do programa, lançando primeiro uma mini temporada com 5 episódios, e logo de seguida foram lançados mais 60 episódios, entre 1986/87. Por cá foi transmitido pela RTP2, a partir de 5 de Abril de 1990, pelas 16h, ao contrário do que pensava (e quase tinha certeza) de que fazia parte de uma série de desenhos que eram transmitidos pela hora de almoço. Mas segundo o Enciclopédia de cromos, foi pelas 16h que foram transmitidos.
O design, e muitos dos conceitos utilizados pela série, tiveram o apoio de duas lendas dos comics Norte-Americanos, Jack Kirby e Gil Kane. Apesar disso, a animação não me apelava totalmente, tinha ficado a cargo da Ruby-spears, e eu não era especialmente fã dos desenhos produzidos por eles, as suas cores eram demasiado berrantes para mim.
Tinham o apoio de uma colaboradora, a Crystal Kane, que ficava num satélite, uma estação espacial chamada de Sky Vault, e era daí que entrava em contacto com os três heróis que depois recebiam as armas necessárias às suas missões, com uma tecnologia futurista que encaixava isso nas protuberâncias das suas armaduras.
A equipa era composta por 3 elementos, cada um com uma especialidade.
Max Ray era o líder da equipa e o especialista nas operações aquáticas. Vestia um fato verde e tinha um bigode à Magnum PI, que o incumbia de uma maior masculinidade e virilidade.
Jack Rockwell era o expert nas operações terrestres, vestia um fato amarelo e era o típico Americano, pronto para a guerra.
Ace McCloud era o especialista nas missões aéreas e o Ladies man da equipa. Vestia um fato azul e lembrava o Han Solo com a sua arrogância e coragem nas manobras aéreas.
Esta equipa, armada com inúmeras armas, era a maior linha de defesa contra a ameaça do Cyborg Dr. Terror e o seu assecla, também Cyborg, Hacker. Estes eram os típicos vilões, maus e estúpidos que queriam dominar o mundo mas nem conseguiam vencer uma simples batalha.
Muitos tiros e muita acção, que ajudava a prender a atenção de um jovem rapaz nos anos 90, mas ainda tínhamos que levar com aquela moral típica destes desenhos, no final de cada episódio. Existia banda desenhada e bonecos baseados na série, mas nem um nem outro foram lançados por cá, apesar de ter desejado ter um dos bonecos, mesmo que já não tivesse idade para isso.
Mais para a frente entraram mais dois membros novos, mas sem muito carisma e apelo, e nem me recordo muito bem deles, nem se chegou a ser transmitido por cá. Continuo com boas memórias disto, ansiava para ver qual seria o acessório, e arma, a ser usado por eles, e como aquilo se acoplava perfeitamente e ficava de uma forma que parecia que fazia parte do corpo deles.
Quem mais era fã?