Pedro Barbosa foi um dos meus jogadores preferidos, e para mim um dos símbolos do Sporting, nas 10 temporadas que passou em Alvalade. Decidiu alguns jogos, podia ter decidido ainda mais, e a sua técnica e forma de jogar encantava tudo e todos.
Pedro Alexandre Santos Barbosa nasceu a 6 de Agosto de 1970, em Gondomar, começando a jogar aos 13 anos no CA Rio Tinto, antes de assinar pelos júniores do FC Porto em 1987. Esteve na invicta apenas três anos, indo se estrear profissionalmente no Freamunde, no final da década de 80.
Em 1991 assina pelo Vitória de Guimarães e é aí que começa a dar verdadeiramente nas vistas, começando a ser chamado para a selecção nacional, onde tentava ganhar o seu lugar numa equipa que tinha nomes como Figo, Rui Costa e João Vieira Pinto entre outros. Dono de uma excelente visão de jogo, e uma técnica acima da média, o jogador encantava fãs, colegas e treinadores, com Quinito a afirmar um dia que, “Se pudesse, comprava-o só para o ver a jogar no quintal”.

Foi contratado pelo Sporting Clube de Portugal na temporada 1994/95, com a difícil tarefa de fazer esquecer Luís Figo, e acabou por ele também conquistar o seu lugar na história do clube. A sua técnica invejável, e capacidade de passe extraordinária, fizeram com que ganhasse logo um lugar no coração dos adeptos leoninos, isto apesar de por vezes fazê-los perder a paciência, com a sua lentidão e forma de estar dentro de campo.
Pedro Vagarosa, ou Pastelão tecnicismo, foram algumas das alcunhas de que foi alvo. Mas foram vários os jogos em que foi decisivo para o sucesso do clube, e na histórica caminhada europeia de 2005, foi uma das suas principais figuras, decidindo alguns jogos fulcrais para a chegada à final da competição.
Foi campeão por 2 vezes, venceu uma Taça de Portugal e duas Supertaças, tornou-se capitão e foi-o durante anos, sendo um símbolo dentro e fora de campo. As suas exibições no mítico campeonato de 1999/2000, onde quebrámos o jejum, fizeram com que conquistasse o seu lugar na história dos leões, já que foi um dos principais jogadores na equipa que deu tanta alegria aos sportinguistas.
Um maestro sem sombra de dúvidas, tive um recorte de jornal no meu dossier, que mostrava a sua garra em serviço do Sporting, isto mesmo quando sabia que por vezes, podia estar ali a arrastar-se dentro de campo. Para mim isso era o menos, desde que ele resolvesse o jogo, tudo ficaria bem.
Pela selecção, via-se tapado por jogadores de grande qualidade, o que não impediu de dar o seu contributo ao nosso país, contabilizando 22 internacionalizações, onde marcou 5 golos. Fez parte da equipa que disputou o Euro 96, apesar de ter sido pouco utilizado, e também foi ao Mundial de 2002, onde não foi usado em nenhum jogo.
Isso fez com que abandonasse a selecção, e quanto ao clube, deixou-o na temporada de 2004/05, criticando o rumo que o clube seguia, especialmente incisivo sobre o treinador José Peseiro. Pouco tempo depois assumiu o papel de director desportivo no clube, quando este foi a eleições e Dias da Cunha abandonou a presidência.
Um jogador cheio de classe, que passou ao lado de uma excelente carreira.