Uma das melhores mini-séries de todos os tempos, Raízes mostrou-nos uma história de coragem e sofrimento, recebendo inúmeros prémios e mantém até hoje o terceiro lugar do episódio final com mais espectadores.
A mini-série Roots (Raízes) estreou em Janeiro de 1977, no canal ABC, e os 8 episódios tiveram muito boa aceitação por parte do público, tendo tido bons níveis de audiência, com o último capítulo a ser ainda hoje o 3º mais visto de todos os tempos. Tinham cerca de 70 minutos de duração, tendo sido editados mais tarde, para ficar em 6 episódios e ser editado em dvd.
Por cá foi transmitido pela RTP em horário nobre, pelas 20:30h, em 1982, e anos mais tarde pudemos rever, ou ver pela primeira vez como no meu caso, na SIC Gold. Na sua primeira emissão teve bastante sucesso, sendo uma presença constante na revista TV Guia. No Brasil também teve muito sucesso, fosse na Rede Globo, que emitiu os episódios ainda na década de 70, fosse na SBT, nos anos 80.
Baseado no livro de Alex Haley, que participou também no argumento da série, a história abordava o tema da escravatura, usando como fio condutor Kunta Kinte, um guerreiro africano que se torna escravo contra a sua vontade. LeVar Burton foi o jovem Kinte, e John Amos foi a sua versão adulta, e o climax da acção situa-se nos episódios onde eles aparecem.
O episódio onde cortam parte do pé de Kinte, para este não fugir mais, está na memória de todos, assim como a sua relação com Fiddler (Louis Gosset jr.). A história continua com os descendentes directos de Kinte, nomeadamente Chicken George (Ben Vereen), e vai até a guerra civil Norte-Americana.
Apesar dos erros históricos na série, e de algumas mudanças feitas para não alienar o público branco, a mesma continua a ser muito apreciada, tendo tido direito a episódios extra anos mais tarde, e até um remake bem recente, feito pelo canal História. A série viveu da força do seu elenco, que para além de actores negros já com alguma experiência, contou com actores brancos de renome, como Lorne Greene e Robert Reed.
O nome da filha de Kinte, Kizzy, tornou-se imensamente popular, provando o impacto da série junto dos afro americanos, que adoraram este conto de gerações de uma família africana, desde Kinte até o seu neto George, que consegue a liberdade tão almejada pelo seu avô. 9 Emmys, 1 Globo de Ouro e 1 Peabody, foram alguns dos prémios de uma série que ainda hoje é mencionada em séries e filmes.