Fez parte do trio fantástico do Milão dos anos 90, de uma das melhores selecções da Holanda, e é considerado pela FIFA um dos 100 melhores jogadores de todos os tempos, ainda vivo.
Ruud Gullit nasceu a 1 de Setembro de 1962, em Amsterdão, Holanda, com o nome de Rudi Dii, adoptando o sobrenome do seu pai quando começou a jogar profissionalmente. Isso aconteceu em 1978, no HFC Haarlem, depois de alguns anos a jogar na rua e outros clubes de bairro. Tornou-se o jogador mais novo a jogar no campeonato principal, com apenas 16 anos, e ficou por lá durante três temporadas, descendo de divisão na primeira, ajudando depois o clube a subir de novo para a primeira (sendo considerado o melhor jogador do campeonato, com o clube a ficar no 1º lugar), e depois foi parte integrante da melhor época do Haarlem na divisão maior, ficando em quarto lugar e qualificando-se para a Europa.
Marcou 32 golos em 91 jogos, chamando a atenção de clubes de outros campeonatos, que apenas achavam o valor dele um pouco elevado, acabando este por assinar pelo Feyenoord. Jogou duas temporadas, avançando um pouco no terreno, deixando a posição de líbero, e mostrando assim mais a sua qualidade técnica, tendo sido considerado o jogador do ano e ajudou o clube a conquistar o campeonato e a taça.
Em 1985 assina pelo PSV. enfurecendo os adeptos do Feyenoord, mas é no clube de Eindhoven que explode, conquistando mais 2 campeonatos e vencendo mais uma vez o título de melhor jogador do ano. Marcou 46 golos em 68 jogos, e na Europa já todos sabiam o seu nome, fosse pela sua força e qualidade técnica dentro do campo, fosse pelas suas tranças e pelo seu bigode.
Em 1987 vence a Bola de Ouro, o mesmo ano em que assina pelo AC Milão, juntando-se aos seus compatriotas Rijkaard e Van Basten. Dedicou o seu troféu a Nélson Mandela, emocionado por este reconhecimento mundial, e por estar ainda a adaptar-se a um país estranho, do qual nem sabia a língua quando se mudou.
Era um jogador que dava nas vistas pela sua elegância dentro do campo, com a sua capacidade de drible e técinca acima da média, a fazer com que se destacasse dentro de campo. Era um líder nato, com a sua força física e presença imponente a ser respeitado por todos, companheiros e adversários.
Na primeira temporada ajudou Arrigo Sacchi a conquistar o Scudetto depois de 9 anos sem vencer o título, e na época seguinte dominaram a Europa, vencendo a Taça dos Campeões Europeus, com grande sacrifício por parte de Gullit. Isto porque em 1989, lesionou-se na meia-final frente ao Real Madrid (que venceram por contundentes 5-0), e teve que se submeter a cirurgia para poder jogar a final contra o Steaua de Bucareste. Recuperou a tempo e marcou dois golos, na vitória rossoneri por 4-0, não dando hipótese aos campeões romenos.
Mas houve um preço a pagar, com o jogador a ressentir-se várias vezes dessa lesão na temporada seguinte, impedindo-o de jogar na maioria dos jogos, conseguindo mesmo assim marcar presença na final contra o Benfica, que os de Milão acabariam por vencer. A nível interno continuavam a dominar, com o holandês a ajudar na conquista de mais 2 campeonatos, antes de começar a perder alguma influência no clube, com a gota de água a ser o ficar de fora da final da Taça dos Campeões em 1993, frente ao Marselha.
Isso fez com que se mudasse para o Sampdória, onde rejuvenesceu e ajudou o clube a vencer a Taça de Itália, e deu nas vistas numa vitória importante sobre o Milão, onde marcou o golo da vitória, no jogo que terminou por 3-2. Isso fez com que voltasse aos Rossoneri, na temporada de 94/95, onde as coisas não correram pelo melhor, e o holandês decide voltar a Sampdória, onde ajuda Eriksson a fazer uma época muito interessante.
Em 1996 muda de país, para um Chelsea que procurava construir uma equipe forte, juntando-se a Mark hughes e Popescu, e depois de um mau começo (onde o colocaram mais atrás no terreno), voltou a dar nas vistas quando o adiantaram no relvado. Mostrando que ainda tinha muito para dar ao futebol, fez parte de um grupo de jogadores de qualidade que fizeram com que a Premier League ficasse mais receptiva a estrangeiros.
Ficou atrás de Cantona na escolha de jogador do ano, e Gullit já afirmou que foi ali que teve mais prazer a jogar, e passou os melhores anos da sua carreira. Não foi por isso de estranhar que terminasse ali a sua carreira em 1998.
Na selecção do seu país, fez parte da equipe que venceu o Euro 88, depois de falhanços anteriores nas qualificações para o Euro 82 e o Mundial no México em 1986. Era um dos principais do grupo comandado por Rinus Michels, assumindo o papel de capitão, algo que lhe assentava que nem uma luva, já que assumia sempre a liderança dentro de campo.
As suas lesões fizeram com que não liderasse a Holanda no mundial de Itália em 1990, mas em 92 já conseguiu melhor no europeu na Suécia, apesar de terem perdido com a Dinamarca nas grandes penalidades, acabando depois por se sagrarem campeões.
Um dos melhores jogadores no meio campo, Gullit é ainda hoje venerado por muitos, que dizem ter começado a jogar influenciados por ele.