Era a minha série preferida, todas as sextas eu fazia de tudo para não perder um episódio, já que adorava o seu conceito.
A TVI (ou o 4º canal como era conhecido na altura), no seu começo enchia o horário nobre com séries, todos os dias da semana era uma diferente e à Sexta-Feira era o dia do Pretender. Era completamente viciado nesta série, com um protagonista cheio de carisma, já que não é qualquer um que vende a ideia de todas as semanas ser um Ás nas mais diferentes profissões, desde Médico a piloto de carros de corrida.
Jarod (Michael T.Weiss) era um jovem que tinha sido raptado enquanto criança por uma organização chamada The Center. Esta impediu-o de ter uma infância normal, fechando-o num quarto e criando-o para que este se tornasse um Pretender, alguém com capacidade de integrar qualquer tipo de personalidade, tornando-se um expert em qualquer tipo de área profissional. Com o seu elevado QI e capacidades acima da média, ele revelou-se uma escolha ideal para este tipo de trabalho desde tenra idade.
Quando ele descobre que as suas habilidades eram usadas para experiências com um objectivo maléfico, decide fugir do Center e começar uma viagem pela América, ajudando pessoas no seu caminho, tentando descobrir o destino de seus pais e redescobrindo a infância que tinha perdido. Alguns dos momentos mais engraçados dos episódios, eram quando Jarod encontrava alguma criança a brincar e ficava fascinado com aquele brinquedo, mesmo que fosse algo básico como aquela típica mola elástica para colocar a descer escadas, e viciava-se nele com os olhares espantados pelas suas reacções.
A série tinha bastante acção e um feeling “Fugitivo“, já que era mostrada a perseguição de agentes do Center, com a Miss Parker (Andrea Parker) à cabeça, a um dos seus activos mais valiosos e onde tinham gasto tanto tempo e dinheiro no seu treino. O maléfico Mr. Raines (Richard Marcus) era uma figura assustadora, completamente careca e tendo que transportar uma garrafa de oxigénio consigo devido a problemas de saúde, que queria a todo o custo Jarod de volta.
A ajudar a Miss Paker encontrávamos o típico sidekick cómico, um nerd inteligente viciado em computadores chamado Broots (Jon Gries) que morria de medo de Miss Parker, mas que gostava do seu trabalho, e ainda o psiquiatra Sydney (Patrick Bauchau), que tinha sido como um pai para Jarod e que mantinha contacto às escondidas com o seu protegido que o procurava para conselhos. Sydney tem sentimentos paternalistas e nunca se esforça muito nesta procura pelo regresso de Jarod, embora no fundo também queira isso no começo.
As duas primeiras temporadas são bem interessantes, mostram profissões interessantes para o Jarod, a sua loucura sempre que encontra um brinquedo novo e o gosto que lhe dá escapulir e brincar com a vontade de Miss Parker o prender. A série depois complica um pouco, com twists sobre quem é mau e é bom, sobre relações familiares com descobertas de irmãos e afins, e começa ter muitas pessoas no elenco, o que numa série com feeling “Fugitivo” nunca é boa coisa.
A série teve 4 temporadas e foi cancelada sem ter tido um final certo, foram então filmados dois telefilmes que ajudaram a pelo menos fechar as storylines da série. Foram 86 episódios, de 1996 a 2000, tendo sido transmitidos pela TVI às Sextas pelas 21h30 começando em 1997. Mais tarde o canal voltou a transmitir isto de madrugada.
1 Comment
É uma das minhas séries preferidas e considero uma das séries mais bem conseguidas em termos de história. Não concordo muito com a opinião de se ter complicado pois isso, na minha opinião, mostra a evolução da história e da série. Para mim o que não é bom é ter não sei quantas temporadas sempre do "mais do mesmo". Adoro a série e ainda revejo alguns episódios de vez em quando! E aproveito com este primeiro comentário para dar os parabéns a este blog e força para que continue por muito tempo. É muito agradável ver por aqui estas "jóias" do passado 😉