Uma novela bem divertida, que foi transmitida como se fosse uma série, tendo tido mais sucesso em Portugal que no Brasil.
Araponga foi transmitido primeiro pela RTP ao fim de semana (numa altura que o canal experimentou novelas nessa altura) em 1992 e depois pela SIC. Dias Gomes voltou a fazer algo mais virado para o humor, e a Globo decidiu emitir a novela às 21h30, depois de ter tido alguma dificuldade com a Rainha da Sucata devido ao seu humor. A novela estreou em 1990, competindo com o sucesso Pantanal da Manchete, e teve poucas hipóteses. Por cá, e depois do sucesso de Sassaricando, não houve esse problema, e a novela teve algum sucesso, com o presidente Mário Soares a confessar-se fã da personagem.
Tudo começa com a morte do Senador Petrônio Paranhos enquanto era entrevistado por Magali Santana (Christiane Torloni), deixando a mesma numa situação embaraçosa e abrindo espaço para a entrada em cena do detective Aristênio Catanduva, vulgo Araponga (Tarcísio Meira), que tinha uma mentalidade de antigo regime e era bastante atrapalhado. O cognome dele mostrava isso mesmo, já que Araponga é um ave estridente (o oposto do que um detective/agente secreto devia ser), e ele fazia jus ao nome sempre metido em situações cómicas, ou com as ilações que ele tirava acerca das informações erradas que recebia de alguém.
Uma das suas características era o constante fascínio por calcinhas femininas, e a forma como se apresentava à lá James Bond, "O meu nome é Ponga, Araponga". Tarcísio estava em grande forma, as suas expressões faciais ajudavam a que o argumento ganhasse outra piada, e o seu timing de comédia estava em grande, sabendo sempre onde deixar a "punch line". Gostava de rever para ver se isto envelheceu bem, mas é bem complicado de encontrar, foi a última novela das 21h30 da Globo (deixou de emitir novelas nesse horário) e nunca mais foi repetida.
Mais alguém era fã?
2 Comments
Eu era fã! Mas realmente não emplacou aqui no Brasil, era um humor sofisticado para novelas. Agravava ser protagonizado por um personagem ligado à ditadura brasileira, num momento que boa parte do país queria mais esquecer do que lembrar desse assunto. Uma pena. Merece uma reprise por aqui, acho que será melhor reavaliada hoje. Abraços.
Também gostaria de rever. Obrigado pela info