Uma prática utilizada entre vizinhos/familiares/amigos, era combinarem que jogo iam comprar e isso porque havia um hábito de empréstimo de jogos, o que ajudou também ao sucesso do aparelho em diversos países e era algo muito útil em franchises como as da Electronic Arts com os constantes Fifas, NHL, Maddens etc. Havia jogos ridículos? Havia, dando sempre o exemplo do Altered Beast, um jogo com gráficos super banais, música entediante mas que quase todos jogaram e se divertiram a jogar o mesmo. Até há um episódio de Parker Lewis em que o amigo Jerry estava viciado em jogos da Genesis (nome da consola por lá) e era sempre esse que ele aparecia a jogar. O jogo permitia transformar-se de humano em animal algo que parecia emocionante mas no jogo não tanto.
Foram muitos os jogos a deixar história na consola: Golden Axe, Comix Zone, Virtua Racing, Sensible Soccer, Super Kick Off, Micro Machines, Spot, Mortal Kombat, Street Fighter, Pete Sampras Tennis, Columns, Super Hang On, Monaco GP (sendo que o 2 foi com o nome de Ayrton Senna), Outrun, Desert Strike, entre tantos outros.
Lembro-me que os da Disney eram sempre muito divertidos de jogar porque tinham a ver com o filme, ou seja tínhamos que ver o mesmo para perceber como ultrapassar certos níveis (por exemplo no final de Lion King tinha que se deitar no chão e enviar o Scar por cima de nós), além de serem sempre muito coloridos e com boas músicas. O Grande Prémio do Mónaco II com a chancela Ayrton Senna, melhorou muita coisa em relação ao primeiro como, por exemplo, poder chover durante um grande prémio. Claro que, como no primeiro, depois de um certo tempo a jogar podia-se começar no último lugar que se vencia na mesma mas era divertido subir naquela hierarquia de nomes adulterados a imitar as escuderias de então.
O meu primeiro jogo, junto com o Sonic que vinha na consola claro, foi o Toki, um macaco que cuspia bolas de fogo.. come on como não ficar logo viciado nisso? E para variar claro que a música era o máximo e ajudava à longevidade do jogo. Outro jogo que me foi muito querido foi o Pete Sampras Tennis onde passava horas a fazer torneios e o Virtua Racing que foi o último jogo que comprei (na altura da febre da consola claro hoje em dia se vir algum a bom preço compro na mesma). Os mais frustrantes foram os Madden do qual pouco entendia da táctica do futebol americano, e o Eco que prometia muito e era sim senhor muito bonito nos gráficos mas aborrecido como tudo em jogabilidade já que o Golfinho não permitia que se fizesse muita coisa com ele.
Passei horas em Sensible Soccer e em Super Kick off com as revistas de futebol, a copiar os nomes dos jogadores, para criar as equipas na base de dados do jogo e a criar equipamentos o mais parecidos possíveis com os originais. Em ambos os jogos o golo com um remate enviesado a partir da saída da grande área na diagonal era golo quase sempre certo, assim como o cruzamento na linha final para uma cabeçada vitoriosa nos Fifas. Antes disto tudo tínhamos o fiel à máquina arcade Itália 90 que nem árbitro tinha e assim permitia carrinhos constantes. Outros de desporto que me prendiam era os NHL e os NBA assim como o ocasional Madden apesar de não perceber nada das regras. Também tive o David Robinson Basketeball que era bem divertido para fugir um pouco dos NBA da EA.
Lembro-me de jogos maus como o Rambo, ou o Spot que me faziam na mesma perder tempo a jogá-los e a querer passar os níveis e ainda do primeiro jogo que cheguei ao fim, que foi o Moonwalker, e aquele que me custou mais a chegar ao fim que foi o Micro Machines II (com um final de jogo muito frustrante para tantas horas perdidas). Lembro-me do espanto que foi quando se viu pela primeira vez o Desert Strike/Jungle Strike, isto porque para além do cartucho enorme, tinha aquele feeling de jogo de PC com um noticiário e tudo. E que divertido era matar quem tínhamos que salvar…
Lembro-me ainda que a pessoa que descobriu pela primeira vez o código de poder ver sangue em Mortal Kombat, virou um Deus na escola e corremos todos para casa para podermos experimentar isso. Mortal Kombat juntamente com Street Fighter eram jogos dos quais o pessoal, na sua ânsia juvenil, podia fazer campeonatos com os amigos de modo a estarmos todos a dar porrada uns nos outros mas com objectivos.
Foi com jogos destes que a Nintendo, chateada pelo sucesso da sua concorrente, se juntasse a grupos de pais para lançar uma campanha de “os jogos violentos dão cabo das crianças”, o que levou a lançar um sistema de classificação etária de jogos e tudo o mais.
Foi sem dúvida A consola e tudo nela desde os sons às músicas dão uma tremenda nostalgia.
3 Comments
Joguei muita Mega Drive! Mas sou mais do tempo do Spectrum…
😀
Abraço
Eu também, mas não joguei tanto porque só o tive pró fim… btw neste novo template desapareceu aquela cena no fim dos posts para "google+/fb/twit" e afins.. como colocar de novo?
A alegria que foi quando a minha tia me ofereceu a Mega Drive. Joguei até se estragar. E as consolas antigamente não se estragavam de um ano para o outro. Quando algum jogo não funcionava bastava soprar o cartucho (solução que nunca percebi como sempre funcionava, tanto para a Mega Drive como para o Gameboy). Sonic, Bomberman, Desert Strike, Urban Strike, Havoc, Street Fighter, Mortal Kombat, tantos outros jogos porreiros. Nesta altura, não interessava ganhar troféus e comparar resultados com tipos de todo o mundo através da net. Interessava divertir. Por isso é que a jogabilidade e a diversão eram prioritárias aos gráficos e "realidade". Bons tempos! O pessoal juntava-se todo na casa de quem tinha as consolas para passar uma boa tarde de jogatana…